AVALIAÇÃO DO IMPLANTE SUBDÉRMICO DE ETONOGESTREL (IMPLANON) COMO ALTERNATIVA AO DISPOSITIVO INTRAUTERINO DE COBRE ENQUANTO MÉTODO CONTRACEPTIVO DE LONGA DURAÇÃO NO PÓS-PARTO IMEDIATO NO CONTEXTO DO SUS
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i11.22468Palavras-chave:
Contracepção. Pós-parto. Implante de Etonogestrel. Dispositivo Intrauterino de Cobre. Sistema Único de Saúde.Resumo
O DIU de cobre Tcu 380 é um contraceptivo de longa duração amplamente utilizado no Sistema Único de Saúde, constituindo o principal método contraceptivo ofertado no pós-parto. No entanto, percebe-se resistência dos profissionais obstetras à sua inserção no pós-parto imediato devido às altas taxas de expulsão, que variam entre 10% no período imediato e 13-29,7% no precoce, comparado a apenas 1,9% no tardio. Além disso, as dificuldades de acompanhamento na Atenção Primária à Saúde, incluindo falta de profissionais qualificados e dificuldade de acesso a ultrassonografias de controle, comprometem a eficácia do método. Nesse contexto, surge a necessidade de avaliar alternativas contraceptivas de longa duração para o pós-parto imediato, destacando-se o implante subdérmico de etonogestrel (Implanon), recentemente incorporado ao SUS pela Portaria SECTICS/MS nº 47 de 2025. Este trabalho objetivou reavaliar a eficiência contraceptiva do DIU de cobre na inserção pós-parto e avaliar a viabilidade do Implanon como alternativa no puerpério imediato. Trata-se de uma revisão bibliográfica realizada entre agosto de 2024 e agosto de 2025, utilizando bases de dados PubMed e Google Acadêmico, além de repositórios oficiais do Ministério da Saúde, CONITEC e secretarias municipais de saúde. Foram consultadas também publicações da FEBRASGO, Fiocruz e organizações internacionais. Os resultados demonstram que o Implanon NXT® apresenta eficácia contraceptiva superior e maior taxa de continuidade de uso ao longo de três anos comparado ao DIU de cobre. O implante libera etonogestrel de forma contínua, impedindo a ovulação e alterando o muco cervical, com liberação hormonal decrescente ao longo dos três anos de uso. A FEBRASGO reconhece a segurança dos LARCs nas primeiras 48 horas pós-parto, e municípios como São Paulo e Porto Alegre já protocolaram o uso do implante no puerpério. Contudo, a implementação nacional ainda enfrenta barreiras, pois a OMS mantém o etonogestrel como categoria 3 para lactantes, recomendando aguardar 21-28 dias pós-parto. A discussão evidencia que, apesar das vantagens do implante, incluindo maior satisfação das usuárias e ausência de necessidade de acompanhamento ultrassonográfico, sua implementação no pós-parto imediato requer protocolos específicos e capacitação profissional. Conclui-se que o implante subdérmico de etonogestrel representa uma alternativa promissora ao DIU de cobre no pós-parto imediato, apresentando vantagens em termos de eficácia, continuidade de uso e satisfação das usuárias, sendo necessária a criação de protocolos nacionais e projetos-piloto para sua implementação segura no SUS.
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