EPISTEMOLOGIA DA INTERSECCIONALIDADE DE GÊNERO: REVISÃO INTEGRATIVA DOS DESAFIOS E PERSPECTIVAS CONJUNTURAIS (1995–2025)
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i9.21246Palavras-chave:
Interseccionalidade. Epistemologia. Gênero. Desigualdades sociais. Justiça cognitiva.Resumo
Este trabalho oferece uma revisão integrativa da literatura acerca da epistemologia da interseccionalidade de gênero entre 1995 e 2025, visando identificar contribuições teóricas, desafios contextuais e novas perspectivas. Vinte e quatro estudos foram analisados a partir de um conjunto inicial de 312 registros, com base em critérios de inclusão que consideram a relevância científica, a revisão por pares e a interseccionalidade como uma epistemologia crítica. Os resultados mostram que o conceito progrediu de uma ferramenta analítica incipiente, na década de 1990, para uma epistemologia firmemente estabelecida, conectando diferentes eixos de opressão, como gênero, raça, classe, sexualidade e colonialidade. Entre os principais desafios identificados estão a despolitização e a apropriação superficial do conceito, os conflitos conceituais e metodológicos internos e os efeitos duradouros do neoliberalismo e da colonialidade. Por outro lado, surgem visões transformadoras fundamentadas em feminismos negros e abordagens decoloniais, que reconhecem conhecimentos periféricos e do Sul Global, sugerindo a interseccionalidade como uma ferramenta para justiça social e cognitiva. Conclui-se que, apesar de estabelecida como epistemologia crítica global, a interseccionalidade continua suscetível a apropriações que minam seu caráter político, sendo essencial reafirmá-la como um projeto ético-político com foco na superação das desigualdades estruturais e na geração de conhecimentos múltiplos e libertadores.
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