PREVALÊNCIA E FATORES ASSOCIADOS À NÃO REALIZAÇÃO DE TESTAGEM ANTI-HIV ENTRE TRAVESTIS E MULHERES TRANSEXUAIS DA CIDADE DO RECIFE
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v1i2.11090Palavras-chave:
Testes sorológicos. Travesti. HIV.Resumo
Introdução: As mulheres transexuais e travestis apresentam alta vulnerabilidade ao HIV, sendo, portanto, consideradas populações-chaves na cadeia de transmissão do vírus. A realização da testagem anti-HIV é uma importante estratégia para enfrentamento da epidemia, porém ainda são observados altos percentuais de não realização do teste na população de estudo. Objetivo: Estimar a prevalência e fatores associados a não realização de testagem anti-HIV nos últimos 12 meses entre travestis e mulheres transexuais da cidade do Recife. Métodos: Estudo epidemiológico de prevalência, com abordagem de recrutamento pelo método respondent driven sampling (RDS), na cidade do Recife, entre janeiro e março de 2017. Para coleta de dados foi utilizado um questionário que abordava aspectos sociodemográficos, clínicos e comportamentais. Para análise dos dados, os valores de prevalência foram calculados utilizando o estimador RDS-II e a associação entre o desfecho e as variáveis independentes foi realizada utilizando o teste Qui-quadrado de Pearson. Para quantificar a força de associação entre a variável dependente e as independentes, foram obtidos os valores da Odds Ratio (OR) e seus respectivos intervalos de confiança. Resultados: Do total de 350 travestis e mulheres transexuais recrutadas, a prevalência de não realização de testagem anti-HIV, nos últimos 12 meses anteriores a coleta de dados, foi de 56,7%. Os fatores associados a não realização de testagem anti-HIV foram ser mulher/mulher transexual (p-valor:≤0,00; OR: 2,25; IC95%: 1,29- 3,93); não ter tentado mudar o nome em documentos oficiais (p-valor: ≤0,00; OR: 4,0; IC95%: 1,92-8,33); nunca ter sido presa (p-valor: 0,00; OR: 6,1; IC95%: 2,36-15,79) e nunca ter tomado vacina para hepatite B (p-valor: ≤0,00; OR: 2,17; IC95%: 1,21-3,89). Conclusão: Abordagens inovadoras para testagem ao HIV que possam ir ao encontro das necessidades da população do estudo são necessárias para buscar intervenções centradas nas barreiras de acesso ao diagnóstico e tratamento.
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