ENTRE ECOS E SILÊNCIOS: A REINVENÇÃO DO CUIDADO EM SAÚDE MENTAL A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DE OBSERVAÇÃO DE ESTÁGIO EM PSICOLOGIA E SAÚDE REALIZADO EM UMA RESIDÊNCIA TERAPÊUTICA

Resumo

O trabalho em questão é uma narrativa sobre a experiência vivenciada durante o estágio supervisionado de observação em residência terapêutica, com pacientes com transtornos mentais institucionalizados em Residência Terapêutica, no curso de Psicologia, na Disciplina de Saúde Mental. Essa experiência ocorreu no ano de 2025, em uma Instituição Particular de Residência Terapêutica, localizada em Curitiba, Paraná. Durante esse período, foi observada a rotina de convivência diária com pacientes psiquiátricos femininos e masculinas, em idade entre 18 a 60 anos de idade, com o objetivo de destacar a importância do desenvolvimento de um possível futuro projeto de intervenção, a partir da criação de Grupo Psicoterapeutico de Escuta Ativa, a fim de dar melhor qualidade de vida às relações sociais, notadamente nos processos de doenças mentais, notadamente dos quadros de Esquizofrenia (CID10 F20), bem como, proporcionar um ambiente de conforto e bem-estar entre as conviventes do local. O foco central dos trabalhos era incentivar a integração dos pacientes, em relação à sua própria condição clínica e em sua convivência com os demais agentes do local, destacando a relevância deles para a experiência acadêmica. O objetivo deste artigo é buscar contribuir para a melhoria da qualidade de vida de pacientes em tratamento de saúde mental. Planejamos nossa metodologia para que grupos de discussão com rica interação entre os pacientes com transtornos mentais graves pudessem ser desenhados. Foram cinco encontros organizados incentivar a reflexão sobre diferentes temas. Como resultados progressivos, houve melhor interação interpessoal juntamente com a desnaturalização de crenças/mitos em torno da doença mental, que impedem a qualidade de vida dos pacientes acompanhados, abrindo espaço para uma “nova” prática psicológica. Assim, o projeto de intervenção, caso seja implementado, é um repensar e reinvenção nas práticas psicológicas. A fundamentação teórica foi baseada em conceitos relacionados à atuação da psicanálise (FREUD (1905/1996)); Teoria Cognitivo Comportamental, bem como ensinamentos de CAYRES ET AL., 2015; GOMES ET AL., 2002; MELO ET AL., 2015; SILVEIRA ET AL., 2011, sobre a importância das experiências e interações com o ambiente para o desenvolvimento, com as adaptações necessárias para os pacientes portadores dos transtornos e doenças indicados. As observações possibilitaram prever, como os pacientes desempenharam papéis ativos nas atividades de grupo de convivência e fala ativa, e quais as dificuldades enfrentadas diárias por eles, em suas rotinas, decorrentes de suas limitações, em comparação à população que em geral não se submete à tais práticas. Por meio das experiências oferecidas, surgiram reflexões e relatos acerca de comportamentos e conceitos que impactam de maneira favorável ou desfavorável no desenvolvimento cognitivo desses indivíduos.