UMA ANÁLISE DA RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA E DINÂMICA EVOLUTIVA EPIDEMIOLÓGICA DO STREPTOCOCCUS PNEUMONIAE

Resumo

O Streptococcus pneumoniae permanece como um dos patógenos bacterianos de maior relevância clínica em escala global, sendo o agente etiológico predominante em pneumonias adquiridas na comunidade, dentre outras de significativa relevância. A eficácia terapêutica contra infecções pneumocócicas tem sido progressivamente prejudicada pela emergência e disseminação de cepas com resistência a múltiplas classes de antimicrobianos. Este desafio é agravado pelo fenômeno da substituição de sorotipos, uma consequência direta da pressão seletiva imposta pela vacinação em massa com as vacinas conjugadas pneumocócicas (PCVs), que, embora bem-sucedidas em reduzir a doença causada por sorotipos vacinais, facilitaram a ascensão de sorotipos não-vacinais frequentemente multirresistentes. Esta complexa interação entre a evolução do patógeno, o uso de antimicrobianos e as estratégias de imunização compromete a resposta do hospedeiro, dificulta a recuperação clínica e eleva os custos associados ao tratamento. Este artigo apresenta uma revisão aprofundada e descritiva da literatura, explorando a multifacetada problemática da resistência pneumocócica, abordando os aspectos microbiológicos, epidemiológicos e clínicos, com ênfase nos mecanismos moleculares de resistência, biofilmes como fator de virulência e persistência, na dinâmica da substituição de sorotipos e nas estratégias de evasão imune do patógeno. A análise ressalta a importância de estratégias integradas de vigilância, uso racional de antibióticos e atualização contínua de vacinas para conter a disseminação de cepas resistentes. A compreensão desses aspectos é essencial para o manejo clínico, prevenção e formulação de políticas de saúde pública. Além de delinear perspectivas futuras para o controle de infecções pneumocócicas na prática farmacêutica, médica e de saúde pública.