ESTRATÉGIAS E/OU TÉCNICAS EM TERAPIAS COGNITIVAS E CONTEXTUAIS PARA A POSSIBILIDADE DE MANEJO DA IMPULSIVIDADE EM ADULTOS COM TDAH
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i12.23129Palavras-chave:
Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade. Terapias Contextuais. Impulso. Terapia Cognitivo-Comportamental. Adulto.Resumo
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno do neurodesenvolvimento, ou seja, caracterizado por um atraso no processo de maturação neuronal, com início comum na infância, que apresenta entre suas principais características sintomáticas a desatenção e a hiperatividade/impulsividade. Adultos com TDAH podem enfrentar prejuízos devido à dificuldade em controlar comportamentos impulsivos, como, por exemplo, problemas legais, uso de substâncias, dificuldades na gestão financeira, práticas sexuais inseguras, propensão a lesões graves, problemas alimentares, acidentes de trânsito e dificuldades no trabalho. Estudos recentes indicam a possibilidade de intervenções em terapias cognitivas e contextuais (TCCs) para o manejo da impulsividade em adultos com TDAH. As estratégias e técnicas voltadas à impulsividade podem ser classificadas em dois grupos: top-down e bottom-up. As técnicas do grupo top-down atuam como suportes externos aos déficits das funções cognitivas e executivas do córtex pré-frontal, contribuindo para o manejo das respostas impulsivas. Já o grupo bottom-up fortalece vias sensoriais e emocionais ligadas ao sistema límbico, favorecendo uma redução automatizada da intensidade emocional. Este trabalho teve como objetivo identificar, descrever e resumir as estratégias e técnicas utilizadas no manejo da impulsividade em adultos com TDAH nas terapias cognitivas e contextuais. Para alcançar esse objetivo, foi realizada uma revisão integrativa da literatura, utilizando-se as bases de dados PubMed, Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Foi possível observar que as técnicas do grupo top-down foram controle de contingências, organização, psicoeducação, reestruturação cognitiva, entre outras, com o objetivo de diminuir a divagação mental, reduzir a intensidade emocional e aumentar o engajamento do paciente. O grupo de habilidades bottom-up esteve mais ancorado em abordagens contextuais, utilizando técnicas como “tela do cinema”, “surfando nas emoções”, “três minutos para respirar”, “meditação sentada”, entre outras. Tais intervenções se basearam em conceitos como aceitação da experiência, presença consciente e flexibilização cognitiva. As TCCs apresentam diversos recursos para fomentar e/ou desenvolver estratégias e técnicas eficazes no manejo da impulsividade em adultos com TDAH, seja por abordagens mais “tradicionais” (primeira e segunda onda), por meio de técnicas como a reestruturação cognitiva, ou por abordagens mais atuais (terceira onda), que, embora também sustentadas em bases comportamentais, utilizam e/ou ampliam com maior ênfase estratégias e conceitos como mindfulness, valores, aceitação, flexibilização e afins. Vale se pensar sobre a implementação de tais estratégias e técnicas dentro de um contexto de setting terapêutico, pois a experiência de um estudo controlado se difere em muitos pontos da prática clínica. Nesse sentido, a integração de aportes teóricos baseados em evidências, podem servir para futuros estudos clínicos com uma abordagem que extrapole o modelo diagnostico, sobretudo ao pensarmos em um transtorno com tamanha heterogeneidade que é o TDAH.
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