NEURONUTRIÇÃO E NEUROMODULAÇÃO ALIMENTAR: COMO O CÉREBRO REGULA FOME, COMPULSÃO E COMPORTAMENTO
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i10.21550Palavras-chave:
Neuronutrição. Neuromodulação alimentar. Controle da fome.Resumo
Este artigo de revisão explora como o cérebro integra sinais homeostáticos, hedônicos e cognitivos para regular fome, compulsão alimentar e comportamento alimentar, um campo emergente que chamamos de neuronutrição e neuromodulação alimentar. A partir de bases neurobiológicas, sintetizamos evidências sobre os circuitos hipotalâmicos (particularmente neurônios AgRP/NPY e POMC/CART), o tronco encefálico e a via mesolímbica dopaminérgica que medeia recompensa e motivação, além da modulação top-down de córtex pré-frontal e ínsula. Discutimos o eixo intestino-cérebro (hormônios como leptina, insulina, grelina, GLP-1 e PYY), microbiota, neuroinflamação e o papel do estresse (eixo HPA) na vulnerabilidade à hiperfagia e à compulsão. No âmbito comportamental, analisamos como ultra-processados, pistas ambientais, privação de sono e ritmos circadianos alteram a sensibilidade à recompensa e o controle inibitório. A revisão também contempla estratégias de neuromodulação e intervenções translacionais: estimulação não invasiva (TMS, tDCS) voltada a redes de controle executivo e saliência; farmacoterapia (por exemplo, agonistas de GLP-1) aliada a abordagens dietéticas (qualidade da dieta, distribuição proteica, fibras fermentáveis); e técnicas de autorregulação (neurofeedback, mindfulness e terapia cognitivo-comportamental). Por fim, propomos um modelo integrativo que conecta sinais periféricos, circuitos centrais e contexto psicossocial, destacando implicações clínicas para obesidade e transtornos alimentares, bem como lacunas metodológicas (medidas ecologicamente válidas, estratificação por endofenótipos, e desfechos de longo prazo). Ao articular mecanismos e aplicações, este trabalho oferece um arcabouço prático para profissionais de saúde e pesquisadores interessados em personalizar intervenções que visam restaurar a homeostase energética e reduzir comportamentos compulsivos.
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