VITAMINA D: UMA ALIADA DO IMPLANTE DENTÁRIO

Resumo

A implantodontia evoluiu para reabilitar pacientes com perda dentária, restaurando funções e qualidade de vida. O sucesso dos implantes depende da osseointegração, um complexo processo de união direta entre o implante e o osso circundante, influenciado por diversos fatores, incluindo características do implante, procedimento cirúrgico, hábitos e dieta do paciente. A vitamina D tem ganhado destaque devido à sua influência nesse processo. A vitamina D, um hormônio lipossolúvel, é crucial para o metabolismo ósseo, regulando cálcio e fósforo, e possui propriedades anti-inflamatórias e imunomoduladoras que impactam a osseointegração e cicatrização de tecidos moles. Sua forma ativa, o calcitriol, promove a absorção intestinal e reabsorção renal de cálcio e fósforo, e estimula a diferenciação de osteoblastos, essenciais para a mineralização óssea.A deficiência de vitamina D (hipovitaminose D), um problema global crescente, afeta negativamente a osseointegração, comprometendo a formação óssea e aumentando o risco de falha do implante. Estudos indicam uma associação entre baixos níveis de vitamina D e falhas precoces, com taxas de perda de implantes até quatro vezes maiores em pacientes com hipovitaminose D, mostrando que a deficiência também pode aumentar o risco de peri-implantite. A Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) define a suficiência de 25(OH)D entre 30 e 100 ng/mL. A suplementação é uma estratégia promissora para otimizar a osseointegração, especialmente em pacientes deficientes, podendo acelerar a cura de fraturas e melhorar a densidade óssea ao redor do implante. Doses diárias de 2000 UI de vitamina D3 são geralmente eficazes, mas doses maiores (4000 UI) podem ser necessárias em casos de deficiência grave. A vitamina D é fundamental para o sucesso da implantodontia, e seu manejo adequado pode otimizar os resultados clínicos e a qualidade de vida dos pacientes. Diante disso, o artigo revisa a literatura sobre a importância da vitamina D na osseointegração de implantes dentários, seus mecanismos de influência no reparo ósseo e as implicações clínicas de sua deficiência.