ENTRE A CURA E O DESAFIO: O PAPEL DA TERAPIA CAR-T NA LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA INFANTIL
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i9.21064Palavras-chave:
CAR-T. Leucemia linfoblástica aguda. Pediatria.Resumo
A leucemia linfoblástica aguda (LLA) é a neoplasia hematológica mais comum na infância e, apesar dos avanços terapêuticos, a recidiva e a refratariedade ainda impõem elevada mortalidade. A terapia com células T modificadas com receptores de antígeno quimérico (CAR-T) desponta como uma das inovações mais transformadoras da medicina contemporânea, oferecendo respostas antes inalcançáveis em crianças sem alternativas eficazes. Ensaios clínicos como o ELIANA demonstraram taxas de remissão completa superiores a 80% e sobrevida global acima de 70% em um ano, resultados confirmados em análises de mundo real. No entanto, a durabilidade dessas respostas é variável, com recaídas em até 40% dos casos, frequentemente associadas ao escape antigênico e à baixa persistência celular. Além disso, toxicidades imunomediadas graves, como síndrome de liberação de citocinas e neurotoxicidade, permanecem desafios clínicos e éticos, particularmente no contexto pediátrico. Avanços recentes, como CAR-T de duplo alvo, plataformas alogênicas e combinações com outras imunoterapias, buscam ampliar eficácia e reduzir riscos, mas ainda carecem de validação de longo prazo. Paralelamente, o alto custo e a infraestrutura necessária restringem seu acesso em países de média e baixa renda, evidenciando a tensão entre ciência de ponta e desigualdade em saúde. Assim, a CAR-T deve ser entendida não apenas como um avanço terapêutico, mas como um marco que expõe os limites entre inovação e equidade. Seu verdadeiro impacto será medido pela capacidade de evoluir para uma intervenção mais segura, duradoura e acessível, capaz de transformar de forma justa o tratamento da LLA pediátrica no mundo.
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