A FORMAÇÃO DO GESTOR SUSTENTÁVEL: UMA DISCUSSÃO TEÓRICO-PRÁTICA

Resumo

Muito se fala nos meios de comunicação (jornais, revistas, internet, televisão) sobre a intensa necessidade das empresas em admitir gestores com perspectivas sustentáveis. A Organização das Nações Unidas (ONU) estabeleceu um conjunto de iniciativa para o período compreendido entre 2005 e 2014, voltadas à promoção do desenvolvimento sustentável. As iniciativas da ONU nesta “Década da Educação para o Desenvolvimento Sustentável” buscam proporcionar uma percepção correta da questão socioambiental, e assim, fomentar atitudes e comportamentos favoráveis para a construção de um futuro no qual os interesses da sociedade – incluindo as próximas gerações – sejam contemplados. Neste mesmo sentido, é crescente o número de organizações que têm comunicado seus esforços para se tornarem mais sustentáveis, fato evidenciado pelo número crescente de relatórios de sustentabilidade produzidos nos últimos anos.

Outro indicador do dinamismo empresarial é o resultado de pesquisa realizada pela Price Waterhouse Coopers  (PWC), com presidentes das 1.000 maiores organizações, que constata que 89% dos entrevistados acredita que a sustentabilidade será uma questão importante nos próximos três anos, e 87% afirma que a sustentabilidade é importante para os lucros da companhia. Os jovens também têm demonstrado grande interesse pela sustentabilidade. O Dossiê Universo Jovem MTV – foi lançado em 09/09/08 – mostra que dentre as principais tendências de comportamento da juventude (12 a 30 anos), está o interesse por questões relativas à preservação do meio-ambiente e ao desenvolvimento sustentável. Entre os estudantes e egressos das Instituições de Ensino Superior (IES), também nota-se uma valorização do tema. Em pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP), em 2002, 86% dos jovens declararam ter muito interesse pelo tema.

Os jovens também têm demonstrado grande interesse pela sustentabilidade. Entre os estudantes e egressos das Instituições de Ensino Superior (IES),também nota-se uma valorização do tema. Em pesquisa realizada pelo Conselho Regional de Administração de São Paulo (CRA-SP), em 2002, 86% dos jovens declararam ter muito interesse pelo tema. Nos Estados Unidos, 75% dos estudantes dos programas de MBA mais conceituados declaram estar dispostos a aceitar remunerações de 10-20% menores em empresas mais “verdes”. Este descompasso encontra eco fora do país. Uma das demandas patentes no encontro foi justamente a dificuldade das empresas de encontrarem jovens profissionais capazes de articularem soluções voltadas à sustentabilidade empresarial. A complexidade na formação de futuros administradores de empresas está fundamentalmente apoiada na inadequação dos saberes adquiridos através das disciplinas cursadas, frente aos desafios da realidade.

Atualmente fala-se muito em desenvolvimento sustentável, crescimento sustentável, sustentabilidade econômica, negócios sustentáveis, sustentabilidade ecológica, marketing sustentável, e assim por diante. Contudo, grande parte destes gestores não teve na sua graduação tal formação. Nesse sentido, começam a surgir algumas indagações acerca da formação do gestor sustentável, ou seja, sobre como efetivamente ele chegou à concepção de gestão sustentável e qual foi o contato dele com aspectos sustentáveis.

Tendo como base o fato acima, este trabalho teve como objetivo esclarecer o meio através do qual um cidadão comum torna-se um gestor ou líder com mentalidade voltada à sustentabilidade. Estando claro o papel da educação na formação do indivíduo, esse trabalho também procurou versar sobre o papel da educação e da formação acadêmica sobre o cidadão, em especial sobre o cidadão responsável com o meio ambiente. Também se considerou importante tratar sobre o desenvolvimento sustentável, o que é, de onde surgiu e como se aplica no mundo e no Brasil, papel a que este trabalho também se propôs, ainda que modestamente.

Para atingir tais objetivos, este trabalho valeu-se da opinião de renomados autores a respeito da sustentabilidade, da empresa sustentável e do líder responsável, utilizando pesquisa bibliográfica extensa, de forma a apresentar os pontos em que tais escritores convergem e os pontos em que discordam com relação ao tema estudado.

A estrutura desta monografia compõe-se desta Introdução, três capítulos e Considerações Finais. No Capítulo 1 buscou-se esclarecer e discutir o conceito de Gestão Ambiental. No Capítulo 2 abordou-se a Legislação Ambiental, para se chegar, enfim, ao Capítulo 3 em que se discute a formação do gestor. Nesse capítulo final, necessariamente, chegou-se a uma breve discussão da legislação educacional, que indica os direitos e deveres dos alunos, das escolas, dos gestores e dos órgãos competentes que tem o dever de agenciar condições dignas de acesso a educação.