MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DERMATOLÓGICAS DA DOENÇA DE CROHN EM PACIENTES IMUNOSSUPRIMIDOS

Autores

  • José Eduardo Novas dos Santos Centro Universitário Barão de Mauá-CBM
  • Fernanda Gonçalves Paiva de Lima Vieira Faculdade Ciências Médicas Minas Gerais – FCMMG
  • Vagner Freitas Aragão Júnior Instituto Presidente Antônio Carlos - ITPAC
  • Raissa de Kássia Aparecida Fernandes Godinho Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais-CMMG
  • Jacqueline Aparecida Almeida Fonseca Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais-CMMG

DOI:

https://doi.org/10.51891/rease.v9i10.12209

Palavras-chave:

Doença de Crohn. Imunossupressão. Manifestações cutâneas. Dermatologia e tratamento.

Resumo

A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal crônica, de etiologia multifatorial, que pode afetar qualquer segmento do trato gastrointestinal, sendo mais comum no íleo terminal e no cólon. A DC se caracteriza por uma inflamação transmural, que pode causar complicações como estenoses, fístulas, abscessos e perfurações. As manifestações dermatológicas específicas incluem eritema nodoso, pioderma gangrenoso, aftas orais e genitais, e metástases cutâneas da DC. As manifestações inespecíficas incluem psoríase, acne, eczema, dermatite seborreica, vitiligo, entre outras. Os pacientes com DC podem necessitar de tratamentos imunossupressores, como corticosteroides, imunomoduladores e agentes biológicos, para controlar a inflamação e induzir a remissão da doença. No entanto, esses tratamentos podem aumentar o risco de infecções, reações adversas e neoplasias, que podem afetar a pele e outros órgãos. Objetivo: avaliar as evidências científicas sobre as manifestações clínicas e dermatológicas da doença de Crohn em pacientes imunossuprimidos, bem como os tratamentos e os desfechos desses pacientes. Metodologia: Foi realizada uma busca nas bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science, utilizando os seguintes descritores: “Crohn disease”, “immunosuppression”, “skin manifestations”, “dermatology” e “treatment”. Foram incluídos artigos publicados nos últimos 10 anos, em português, inglês ou espanhol, que abordassem as manifestações clínicas e dermatológicas da DC em pacientes imunossuprimidos, bem como os tratamentos e os desfechos desses pacientes. Foram excluídos artigos que não fossem originais, que não tivessem relação com o tema, que tivessem baixa qualidade metodológica ou que não estivessem disponíveis na íntegra. A síntese dos dados foi feita de forma narrativa, seguindo o checklist PRISMA para o relato de revisões sistemáticas. Resultados: Foram identificados 15 artigos. As manifestações clínicas mais frequentes da DC foram diarreia, dor abdominal, perda de peso e febre. As manifestações dermatológicas mais frequentes foram eritema nodoso, pioderma gangrenoso, aftas orais e genitais, e psoríase. Os tratamentos imunossupressores mais utilizados foram corticosteróides, azatioprina, metotrexato, infliximabe, adalimumabe e certolizumabe. Os desfechos avaliados foram a resposta clínica e dermatológica, a remissão da doença, a qualidade de vida, as infecções, as reações adversas e a mortalidade. Os resultados mostraram que os tratamentos imunossupressores foram eficazes para controlar a inflamação e induzir a remissão da DC, bem como para melhorar as manifestações dermatológicas, especialmente o eritema nodoso e o pioderma gangrenoso. No entanto, esses tratamentos também foram associados a um maior risco de infecções, principalmente por micobactérias, fungos e vírus, que podem causar lesões cutâneas graves e potencialmente fatais. Além disso, alguns tratamentos imunossupressores, como os agentes biológicos, podem induzir ou agravar outras manifestações dermatológicas, como a psoríase, a acne e o eczema. Os estudos também relataram casos de neoplasias cutâneas, como melanoma e carcinoma basocelular, em pacientes com DC imunossuprimidos. Conclusão: As manifestações clínicas e dermatológicas da doença de Crohn em pacientes imunossuprimidos são diversas e desafiadoras, exigindo uma abordagem multidisciplinar e individualizada. Os tratamentos imunossupressores podem ser benéficos para controlar a inflamação e melhorar as manifestações dermatológicas, mas também podem aumentar o risco de infecções, reações adversas e neoplasias, que podem afetar a pele e outros órgãos. Portanto, é necessário um acompanhamento rigoroso e uma avaliação periódica dos riscos e benefícios dos tratamentos imunossupressores em pacientes com DC. Mais estudos são necessários para estabelecer as melhores estratégias de prevenção, diagnóstico e tratamento das manifestações dermatológicas da DC em pacientes imunossuprimidos.

Biografia do Autor

José Eduardo Novas dos Santos, Centro Universitário Barão de Mauá-CBM

Graduado em Medicina, Centro Universitário Barão de Mauá (CBM).

Fernanda Gonçalves Paiva de Lima Vieira, Faculdade Ciências Médicas Minas Gerais – FCMMG

Acadêmica de Medicina, Faculdade Ciências Médicas Minas Gerais – FCMMG.

Vagner Freitas Aragão Júnior, Instituto Presidente Antônio Carlos - ITPAC

Graduado em Medicina, Instituto Presidente Antônio Carlos - ITPAC Porto Nacional.

Raissa de Kássia Aparecida Fernandes Godinho, Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais-CMMG

Acadêmica de Medicina, Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (CMMG).

Jacqueline Aparecida Almeida Fonseca, Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais-CMMG

Acadêmica de Medicina, Faculdade Ciências Médicas de Minas Gerais (CMMG).

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Publicado

2023-11-28

Como Citar

Santos, J. E. N. dos, Vieira, F. G. P. de L., Aragão Júnior, V. F., Godinho, R. de K. A. F., & Fonseca, J. A. A. (2023). MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DERMATOLÓGICAS DA DOENÇA DE CROHN EM PACIENTES IMUNOSSUPRIMIDOS. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 9(10), 5831–5843. https://doi.org/10.51891/rease.v9i10.12209