FENDA FACIAL DIAGNOSTICADA NO PRÉ-NATAL: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, ULTRASSONOGRÁFICOS E PÓS-NATAIS

Autores/as

  • Márcio José Rosa Requeijo FAMINAS
  • Karoline Zanitti Penoni Maternidade Odete Valadares
  • Rodrigo Ruano Miler Medical School
  • Victor Bunduki FMUSP
  • Marco Antônio Borges Lopes FMUSP
  • Rossana Pulcineli Vieira Francisco FMUSP
  • Marcelo Zugaib FMUSP

DOI:

https://doi.org/10.51891/rease.v10i7.14485

Palabras clave:

Fenda labial. Fenda palatina. Malformações. Aneuploidia. Mortalidade.

Resumen

A fenda facial sempre intrigou a sociedade por ser uma malformação que estigmatiza seus portadores. Os poucos dados relacionados à observação ultrassonográfica pré-natal dessa malformação, no Brasil, incentivaram o seu estudo no Setor de Medicina Fetal do departamento de ginecologia e obstetrícia do hospital das clínicas da faculdade de medicina da universidade de São Paulo (DOG, HCFMUSP). Métodos e objetivos: O estudo foi desenvolvido de maneira descritiva, sendo selecionados 97 fetos portadores de fenda facial diagnosticada ao ultrassom morfológico no Setor de Medicina Fetal da Clínica Obstétrica do DOG da HCFMUSP, sendo divididos em três grupos específicos: grupo I (fenda facial isolada), grupo II (fetos com fenda facial e outras malformações associadas) e grupo III (fenda facial cursando com aneuploidia) com o objetivo de estudar as características destes grupos separadamente e em conjunto. Resultados: Houve confirmação do diagnóstico ultrassonográfico no pós-natal do tipo de fenda facial em 88,7%; idade materna no diagnóstico de 27,8 ± 7,8 anos; idade gestacional no diagnóstico de 27,4 ± 5,9 semanas; fraca relação com história familiar; prevalência da fenda lábio palatina; prevalência da fenda labial esquerda na fenda facial isolada (grupo I) e da fenda lábio palatina mediana na fenda facial associada a outras malformações (grupo II) e também na fenda facial associada à aneuploidia (grupo III); a fenda labial e a fenda lábio palatina foram prevalentes no sexo masculino e a fenda palatina isolada no sexo feminino; maior associação com malformações musculoesqueléticas, cardíacas e holoprosencefalia; prevalência da associação com trissomia do 13; idade gestacional média no parto de 33,5 ± 6,3 semanas, sendo de 38,8 ± 1,17 semanas no grupo de fenda facial isolada (grupo I); peso fetal médio ao nascimento de 2,105 g ± 1086g, sendo de 3,027 ± 1910g no grupo de fenda facial isolada (grupo I); mortalidade na presença da fenda facial de 71,7 % com índice de mortalidade de 95,4 % na fenda facial associada a outras malformações (grupo II) e  índice de mortalidade de 100% na fenda facial associada a aneuploidia ( grupo III), sendo que não houve óbito no grupo da fenda facial isolada (grupo I). Conclusão: Houve uma excelente correlação entre o tipo de fenda facial diagnosticada pela ultrassonografia no período gestacional e o tipo de fenda facial observado no pós-natal, sendo a avaliação do palato foi o maior problema técnico para o diagnóstico da fenda facial. A idade gestacional no diagnóstico da fenda facial foi tardia e fetos com fenda facial isolada apresentaram bom prognóstico, com idade gestacional no nascimento e peso compatível com o termo. Fetos com outras malformações, independente de presença de aneuploidia, apresentaram mal prognóstico, com altíssima letalidade e tendência à prematuridade e baixo peso. 

Biografía del autor/a

Márcio José Rosa Requeijo, FAMINAS

Professor no Departamento de Obstetrícia e Ginecología e de imaginologia da FAMINAS/MG.

Karoline Zanitti Penoni, Maternidade Odete Valadares

Unidade Diagnóstica da Maternidade Odete Valadares/MG.

Rodrigo Ruano, Miler Medical School

Chefe da Divisão de Medicina Materno-Fetal do U Health Jackson Fetal Care Center e Professor no Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Universidade de Miami. Miler Medical School/EUA.

Victor Bunduki, FMUSP

Professor Livre Docente no Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP/SP.

Marco Antônio Borges Lopes, FMUSP

Professor Livre Docente no Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP/SP.

Rossana Pulcineli Vieira Francisco, FMUSP

Professora Livre Docente no Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP/SP.

Marcelo Zugaib, FMUSP

Professor Titular no Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da FMUSP/SP.

Publicado

2024-07-03

Cómo citar

Requeijo, M. J. R., Penoni, K. Z., Ruano, R., Bunduki, V., Lopes, M. A. B., Francisco, R. P. V., & Zugaib, M. (2024). FENDA FACIAL DIAGNOSTICADA NO PRÉ-NATAL: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS, ULTRASSONOGRÁFICOS E PÓS-NATAIS. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 10(7), 650–668. https://doi.org/10.51891/rease.v10i7.14485