A PESQUISA EDUCACIONAL BRASILEIRA: CONTEXTOS E (PRE)TEXTOS

https://doi.org/10.29327/211653.6.1-9

Resumo

O objetivo do estudo consiste em compreender a pesquisa educacional e suas políticas indutoras como um processo histórico-social atravessado por significações políticas. No contexto atual, o Governo Brasileiro elabora um projeto de universidade que articula medidas que se estendem entre avanços e retrocessos, considerado por alguns teóricos como um verdadeiro “desmonte” das instituições e das agências de fomento da ciência. Tem-se, nas leis, o perfil desejado da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, que até o momento não se concretizou totalmente. Em meio às brechas legislativas, organismos internacionais passam a interferir no modelo de produção do conhecimento na universidade indicando ações sobre a atividade da pesquisa: UNESCO, OECD, OMC–WTO e BM. Documentos oficiais desses órgãos identificam a educação como “gasto” público e a pesquisa como inviável para uso de incentivos fiscais. As políticas para financiamento da pesquisa em algumas áreas do conhecimento vêm se desgastando ao longo das últimas décadas. Leia-se, como situação exemplificadora os poucos recursos destinados às áreas das Humanidades. Em contrapartida, ênfase e recurso farto para as Tecnologias, Inovações e pesquisas relacionadas ao Agronegócio e Ciências Biomédicas. Contudo, é necessário repensar a Universidade e sua função de produção do conhecimento, num contexto de transformações na sociedade, sob os efeitos de uma nova forma do capital que repercute diretamente nesse processo.