A ONÇA-PINTADA AOS OLHOS DA SOCIEDADE: AMEAÇAS, VALORES E SIGNIFICADOS
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i11.22534Palavras-chave:
Panthera onca. Conservação. Percepção ambiental. Rondônia. Biodiversidade.Resumo
Inserido no bioma amazônico, Rondônia apresenta características de uma floresta densa; é lar de uma das maiores diversidades do planeta; no entanto, por mais de um século, foi, por insulto e opressão dos seres humanos (expansão urbana e consequente desmatamento), prejudicada, atacada diretamente e oprimida sua biodiversidade. Esses impactos ameaçam a vida selvagem, especialmente as espécies de predadores de topo, como a onça-pintada (Panthera onca), considerada um predador crítico que ajuda a manter o equilíbrio ecológico, controlando outras populações de animais, incluindo as do ecossistema amazônico. A perda de habitat e a fragmentação criam menor conectividade entre as populações, o que, por sua vez, leva a uma maior probabilidade de isolamento genético ou extinção local. Além da ecologia, a espécie tem um poderoso significado cultural e simbólico nas sociedades amazônicas, onde é considerada um símbolo de poder e espiritualidade. Este trabalho examinou a percepção sociocultural e simbólica das espécies silvestres por habitantes de várias cidades no estado de Rondônia. A pesquisa é descritiva e exploratória, de natureza quantitativa e qualitativa, para entender a percepção da sociedade em relação à onça-pintada no estado de Rondônia (RO), bem como a análise das percepções da sociedade em geral, por meio de comparações internacionais sem variáveis controladas sendo manipuladas. A amostra incluiu 100 indivíduos pertencentes a diversos níveis de idade e educação, dos quais (83%) eram urbanos, enquanto (17%) eram rurais. Os resultados mostram que (88%) consideram que a onça-pintada está em risco de extinção e (84%) associam sua preservação ao benefício direto da sociedade. A maioria (60%) a identifica como representante da harmonia ambiental, mas (57%) não reconhece a noção de espécie de guarda-chuva. As maiores ameaças mencionadas foram a perda de habitat (55%) e a caça ilegal (36%). A conscientização sobre o meio ambiente é considerada alta, mas apenas (31%) realizaram alguma atividade de conservação, demonstrando disparidade perceptiva e ação. Verificou-se que, para que o conhecimento se traduza em ação de conservação, especialmente em áreas rurais com altos níveis de conflito entre humanos e grandes predadores, é necessário aumentar a força da educação ambiental.
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