EFICÁCIA DA TERAPIA DO ESPELHO NA REABILITAÇÃO DE HEMIPARESIA PÓS-AVE: UM ESTUDO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i11.22181Palavras-chave:
Acidente Vascular Cerebral. Hemiparesia. Terapia do Espelho. Reabilitação Neurológica. Fisioterapia. Estudo de Caso.Resumo
O Acidente Vascular Encefálico (AVE) constitui uma das principais causas de incapacidade funcional permanente em adultos, gerando um significativo impacto socioeconômico. A hemiparesia, sequela motora mais comum, frequentemente resulta em padrões de movimento compensatórios, espasticidade e perda da função do membro superior, sendo este o maior desafio na reabilitação. A Terapia do Espelho (TE) emerge como uma intervenção promissora baseada em neuroplasticidade, utilizando um estímulo visual para induzir a ilusão de movimento no membro parético. Este artigo apresenta um estudo de caso detalhado que investigou os efeitos da TE integrada a um protocolo de fisioterapia convencional na reabilitação de uma paciente de 61 anos com hemiparesia direita pós-AVE. O estudo, de natureza longitudinal e descritiva, foi conduzido ao longo de sete meses em uma clínica escola. A intervenção, realizada duas vezes por semana, combinou sessões estruturadas de TE com cinesioterapia, fortalecimento muscular e treino funcional intensivo. Os desfechos foram avaliados por meio de instrumentos validados, incluindo a Escala Modificada de Ashworth, goniometria, teste de força muscular (Oxford), observação clínica sistemática e relatos de funcionalidade. Os resultados demonstram uma evolução neuromotora marcante: redução da espasticidade de grau 3 para 2 no punho e de 2 para 1+ no cotovelo; ganho de 20° na amplitude de movimento de extensão do cotovelo; melhora da força muscular, especialmente nos grupos extensores; e aprimoramento significativo da função, com recuperação da preensão palmar e do movimento de pinça. Adicionalmente, observou-se melhora na simetria da marcha e na capacidade de deambulação independente. A análise discute que a TE atua facilitando a reorganização cortical no hemisfério lesionado, possivelmente através da ativação do sistema de neurônios-espelho, o que promove a modulação da espasticidade e o recrutamento de unidades motoras. Conclui-se que a Terapia do Espelho mostrou-se uma ferramenta coadjuvante eficaz e de baixo custo, capaz de potencializar os ganhos do tratamento convencional, contribuindo de forma substantiva para a recuperação funcional, a autonomia e a qualidade de vida de indivíduos pós-AVE.
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