ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A CRIANÇA COM TRANSTORNO AUTISTA

Resumo

Introdução: O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é definido por dificuldades nas áreas de interação social, comunicação e linguagem, além de apresentar comportamentos repetitivos e interesses e atividades limitadas. A Lei nº 12.764 de 2012 confirma o autismo como uma deficiência para todos os efeitos legais, assegurando direitos específicos para indivíduos com TEA por meio de políticas públicas. Nesse cenário, o enfermeiro desempenha um papel fundamental na identificação precoce de sinais de autismo em crianças. Objetivo: Analisar a assistência da enfermagem oferecida a crianças com transtorno do espectro autista (TEA), considerando suas manifestações clínicas e particularidades individuais, com foco no diagnóstico precoce e no suporte às famílias. Metodologia: Este trabalho consistiu em uma revisão da literatura, na qual foi proposta a seguinte questão orientadora: Qual tipo de assistência de enfermagem foi prestada a crianças leves com Transtorno do Espectro Autista? Para a realização da pesquisa, os dados foram coletados e analisados com base em fontes da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), abrangendo bancos de dados como LILACS, SCIELO, BDENF e MEDLINE. Os critérios de inclusão foram definidos da seguinte forma: foram aceitos somente artigos publicados entre 2019 e 2024, abrangendo um intervalo de cinco anos; as publicações deveriam estar disponíveis em português ou inglês e apresentar, no título ou no resumo, pelo menos um dos termos utilizados nos critérios de pesquisa, além de estarem acessíveis gratuitamente online. Quanto aos critérios de exclusão, foram desconsiderados estudos que não atenderam aos critérios de inclusão mencionados, assim como trabalhos de conclusão de curso, como monografias, relatórios e dissertações. A busca e a coleta de informações foram realizadas com base nos seguintes Descritores em Ciências da Saúde (DeCS): Assistência de Enfermagem; Criança; Transtorno do Espectro Autista, utilizando o operador booleano AND. Após essa fase, a análise crítica dos artigos e a discussão dos resultados ocorreram simultaneamente. A coleta de dados foi feita por meio da leitura completa de todos os artigos selecionados, considerando aspectos relevantes na análise, como os objetivos, resultados e explicações apresentadas pelos autores. Resultados: o TEA implica limitações no desenvolvimento infantil, destacando a importância de intervenções precoces e atuação multiprofissional. O enfermeiro desempenha papel crucial na promoção da saúde, educação e inclusão, especialmente no ambiente escolar. Apesar dos avanços, persistem desafios como a falta de capacitação técnica, principalmente na Atenção Primária. A reforma psiquiátrica e a Lei nº 12.764/2012 reforçam a necessidade de cuidados humanizados e integrados. O acompanhamento contínuo e o suporte às famílias são fundamentais, demandando condições adequadas de trabalho e formação constante. Conclusão: a evolução da enfermagem em saúde mental, particularmente no TEA, representa um avanço para um cuidado integral e humanizado. A atuação do enfermeiro abrange dimensões clínicas, educativas e sociais, promovendo inclusão e desenvolvimento. A capacitação profissional e políticas públicas eficazes são essenciais para garantir um atendimento ético e de qualidade, assegurando suporte adequado a pacientes e famílias, consolidando uma assistência inclusiva.