O USO DE CANNABIS SATIVA NO TRATAMENTO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA): UMA REVISÃO DE LITERATURA

Resumo

Nos últimos anos, a Cannabis sativa tem ganhado notoriedade no cenário terapêutico global, com um número crescente de países reconhecendo e regulamentando seu uso medicinal. Esse crescimento se deve, em parte, à publicação de estudos demonstrando os benefícios da planta em diversas condições, incluindo transtornos do neurodesenvolvimento como o transtorno do espectro autista (TEA). Dessa forma, este estudo teve como objetivo avaliar os efeitos neurobiológicos dos canabinoides no TEA, descrever a eficácia e a segurança dos componentes químicos da Cannabis sativa no tratamento e explorar as formas adequadas de administração para pacientes com TEA. A metodologia utilizada foi uma revisão integrativa da literatura, realizada nas bases de dados BVS, PubMed e SciELO, selecionando estudos publicados entre 2019 e 2023, disponíveis em português e inglês, sendo revisões clínicas, epidemiológicas e sistemáticas e integrativas. Foram excluídos os artigos que não atendiam aos objetivos do estudo, não estavam disponíveis na íntegra e eram duplicados. Por meio da coleta de dados, foi possível identificar 18 artigos relevantes para a análise do uso de cannabis no tratamento de sintomas de TEA. A pesquisa revelou que os canabinoides, especialmente o CBD, têm potencial para aliviar sintomas como ansiedade e comportamentos repetitivos. No entanto, a segurança a longo prazo e a dose ideal ainda são pontos de debate, com evidências mistas sobre eficácia em vários subgrupos de TEA. O uso de Cannabis sativa no tratamento de TEA mostra-se promissor, mas estudos clínicos mais robustos são necessários para estabelecer diretrizes claras sobre seu uso terapêutico, segurança e administração.