DO “FELIZES PARA SEMPRE; ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE” ... E SEPAROU: FEMINICÍDIOS NO BRASIL E A VIOLAÇÃO DO DIREITO DE (SOBRE)VIVER
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v10i6.14350Palavras-chave:
Crimes contra a mulher. Violência de gênero. Violência contra a mulher. Direito à saúde.Resumo
Este artigo discute a ocorrência de feminicídios no Brasil enquanto uma violação do direito de (sobre)viver. Traz pontos debatidos por alguns teóricos, mas tenta trazer uma inquietação ao leitor, indagando sobre como devemos reagir a tantas mortes de mulheres por seus companheiros, pautados no machismo anacrônico. É preciso enfatizar a necessidade de reconhecimento público dessas perdas que continuam desconhecidas e sem chorar. Em que circunstâncias é possível lamentar uma vida perdida? De quem são as vidas consideradas choráveis em nosso mundo público? Quais são essas vidas que, quando perdidas, não serão consideradas em absoluto uma perda? É possível que algumas de nossas vidas sejam consideradas choráveis e outras não? É preciso fazer essas perguntas difíceis e perturbadoras porque nós precisamos nos opor à morte violenta; à morte por meio da violência humana; à morte resultante de ações humanas, institucionais ou políticas; à morte provocada por uma negligência sistêmica por parte dos estados ou por modos sociais patriarcais. No entanto, se reconhecermos apenas a certas vidas o direito de aspirar a uma vida vivível; se só choramos quando são essas as vidas que desaparecem por obra da violência, então devemos nos perguntar por que choramos essas vidas e outras não. Parte do que nossa dor diz (se a dor falasse), parte do que essa dor implica, é que as vidas que foram perdidas deveriam ter tido a oportunidade de viver, de aspirar a uma vida que não fosse de sofrimento contínuo e deslocamento, mas uma vida vivível, uma vida que permitisse que uma pessoa amasse a vida que lhe foi dada viver. O machismo mata! E o feminismo é cada vez mais necessário! É urgente a efetivação de políticas públicas para mulheres, a prevenção, debater machismo e gênero nas escolas, lutar contra o preconceito e todas as opressões raciais e sexuais para prevenir a violência de gênero e impedir que políticos oportunistas e misóginos se aproveitem dessa onda social de frustração para instrumentalizar ódio nas redes sociais, nas quais o machismo, o racismo e o preconceito são insuflados por discursos populistas e conservadores. Nenhuma A Menos! Em briga de marido e mulher se mete a colher! E que seja eterne enquanto dure – enquanto dure o respeito e a efetivação do direito à vida de todas as mulheres!
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