ENTRE VÍNCULOS E DISPOSITIVOS: O PAPEL DOS PAIS NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL E NOS EFEITOS DO USO DE TELAS

Resumo

Esse artigo buscou compreender como as práticas parentais relacionadas ao uso de telas influenciam o desenvolvimento infantil, considerando aspectos emocionais, cognitivos e sociais que sustentam a autonomia na primeira infância. A pesquisa adotou abordagem bibliográfica, qualitativa e exploratória, reunindo estudos nacionais e internacionais que investigam relações familiares, funções executivas, uso de dispositivos digitais e efeitos associados à exposição prolongada. A análise dos materiais selecionados identificou que os pais oferecem telas principalmente para facilitar a organização do cotidiano, enquanto o comportamento digital dos adultos funciona como modelo que orienta a forma como as crianças estruturam atenção, regulação emocional e tomada de decisão. Os resultados também apontaram prejuízos recorrentes relacionados ao uso excessivo de dispositivos, incluindo atrasos de linguagem, dificuldades atencionais, impulsividade, irritabilidade, menor socialização e dependência de estímulos imediatos. Além disso, verificou-se impacto direto na dinâmica familiar, com aumento de conflitos sobre limites e redução da qualidade das interações presenciais, além da tendência de repetição intergeracional de padrões de uso digital. Conclui-se que a mediação parental é determinante para minimizar riscos, promover autonomia e garantir que a tecnologia seja integrada ao cotidiano infantil de forma equilibrada e saudável.