CIRURGIA PLÁSTICA GENITAL FEMININA: QUANDO O DESEJO ESTÉTICO SUPERA A INDICAÇÃO TERAPÊUTICA

Autores

  • Luíza Tito Lessa Universidade de Vassouras
  • Beatriz Orlando Nicoletti Universidade de Vassouras
  • Fernanda Nobre Nahoum Medeiros Pozzato Universidade de Vassouras
  • Gabrielle de Sena Martins Universidade de Vassouras
  • Isabella Luques Araújo Teixeira Universidade de Vassouras
  • Aline Trovão Queiroz Universidade de Vassouras

DOI:

https://doi.org/10.51891/rease.v11i10.21693

Palavras-chave:

Cirurgia plástica. Genital. Feminina.

Resumo

Este resumo tem como objetivo revisar a literatura mais recente e atual acerca do crescimento e difusão da cirurgia plástica genital feminina (CPGF) somente para fins estéticos e desconsiderando a importância da indicação clínica. O presente estudo tem como objetivo revisar criticamente a literatura recente acerca da expansão e da popularização da cirurgia plástica genital feminina (CPGF) quando realizada unicamente para fins estéticos, desvinculada de indicações clínicas formais. Tal prática tem se consolidado decorrente de preocupações funcionais, sexuais e relacionadas à aparência, uma vez que o acesso à informação tem sido cada vez mais facilitado pelo uso crescente da Internet e suas redes sociais, favorecendo um contato e influência maiores à padrões estéticos, tanto do corpo físico quanto da genitália. Estudos revelam que a recente implementação desta prática cirúrgica somado ao amplo público interessado, sendo este predominantemente de jovens adultas, juntamente importantes lacunas metodológicas e ausência de padronização técnica, o que eleva o risco da CPGF e compromete a reprodutibilidade de seus resultados. Ademais, a cirurgia íntima voltada à reparação anatômica e funcional de sequelas decorrentes da mutilação genital feminina — prática tradicional de determinados grupos étnicos — não se insere no escopo desta revisão, por possuir indicação terapêutica legítima e finalidade restauradora. Conclui-se que a CPGF, quando motivada exclusivamente por razões estéticas, representa um fenômeno de crescente medicalização da aparência, no qual características fisiológicas são interpretadas como defeitos a serem corrigidos. Essa lógica desloca o foco do cuidado em saúde, transformando-o em instrumento de conformidade estética e aprovação social, o que exige reflexão ética, crítica e interdisciplinar sobre os limites entre autonomia corporal, influência cultural e prática médica responsável.

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Biografia do Autor

Luíza Tito Lessa, Universidade de Vassouras

Discente da Universidade de Vassouras.

Beatriz Orlando Nicoletti, Universidade de Vassouras

Discente da Universidade de Vassouras.

Fernanda Nobre Nahoum Medeiros Pozzato, Universidade de Vassouras

Discente da Universidade de Vassouras.

Gabrielle de Sena Martins, Universidade de Vassouras

Discente da Universidade de Vassouras.

Isabella Luques Araújo Teixeira, Universidade de Vassouras

Discente da  Universidade de Vassouras.

Aline Trovão Queiroz, Universidade de Vassouras

Docente do curso de Medicina da Universidade de Vassouras, Pós-graduada em Cirurgia Bariátrica, Universidade de Vassouras. 

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Publicado

2025-10-24

Como Citar

Lessa, L. T., Nicoletti, B. O., Pozzato, F. N. N. M., Martins, G. de S., Teixeira, I. L. A., & Queiroz, A. T. (2025). CIRURGIA PLÁSTICA GENITAL FEMININA: QUANDO O DESEJO ESTÉTICO SUPERA A INDICAÇÃO TERAPÊUTICA. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 11(10), 4276–4288. https://doi.org/10.51891/rease.v11i10.21693