A EFICIÊNCIA DA ABORDAGEM MULTIDISCIPLINAR NO MANEJO DO TRATAMENTO DA PSICOSE PUERPERAL: ANALISANDO INTERVENÇÕES FARMACOLÓGICAS E PSICOSSOCIAIS

Resumo

A psicose puerperal é um transtorno mental raro, porém de grande relevância clínica e social, que acomete aproximadamente uma a duas mulheres em cada mil partos. Manifesta-se por alterações graves do pensamento e do comportamento, como delírios, alucinações e instabilidade afetiva, comprometendo o vínculo e o cuidado materno-infantil. Este estudo tem como objetivo analisar as abordagens terapêuticas descritas na literatura recente, com ênfase nas intervenções farmacológicas e psicossociais, bem como na importância da atuação multiprofissional no manejo clínico. A revisão de publicações entre 2019 e 2024 evidencia que os estabilizadores do humor e os antipsicóticos de segunda geração seguem como principais recursos terapêuticos, embora ainda existam dúvidas sobre seu uso durante a lactação. Paralelamente, o acompanhamento psicológico, o envolvimento familiar e o suporte multiprofissional mostraram-se essenciais para a recuperação integral da paciente. Persistem, contudo, desafios significativos, como o estigma social, o diagnóstico tardio e a escassez de políticas públicas específicas. Conclui-se que a forma como o tratamento é conduzido exerce impacto direto sobre a vida pós-parto, podendo tanto ampliar a vulnerabilidade materna quanto favorecer a reestruturação emocional e o exercício saudável da maternidade.