AS DAMAS DA NOITE E OS ESPELHOS DA MORAL: HIPOCRISIA E MARGINALIDADE NA MANAUS DA BELLE ÉPOQUE
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i10.21524Palavras-chave:
Amazônia. Belle Époque. Gênero. Moralidade. Prostituição.Resumo
A pesquisa investiga as representações sociais e simbólicas das meretrizes na Manaus da Belle Époque, compreendendo a prostituição como expressão das ambiguidades morais e das hierarquias patriarcais que sustentaram a modernidade tropical. O estudo tem como objetivo analisar de que modo as “damas da noite” revelam as contradições entre civilização e exclusão, considerando a cidade como espaço de disputa entre poder, desejo e disciplina. Utiliza abordagem histórico-cultural e metodologia qualitativa, fundamentada em análise bibliográfica e documental, que articula o exame de discursos morais, práticas urbanas e permanências simbólicas inscritas na paisagem da capital amazônica. A investigação interpreta a cidade como texto social, no qual as ruínas e memórias da prostituição emergem como testemunhos vivos das desigualdades estruturais que persistem na contemporaneidade. Os resultados apontam que a hipocrisia moral e o disciplinamento dos corpos femininos transformaram a urbanidade manauara em espetáculo burguês, mas também em território de resistências silenciosas. Conclui-se que as narrativas sobre as meretrizes ultrapassam o campo da marginalidade e compõem parte essencial da história e da identidade de Manaus, revelando que as fronteiras entre o público e o proibido, o belo e o degradado, continuam a definir o imaginário urbano amazônico.
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