ESTILO DE VIDA E RESISTÊNCIA CULTURAL: UM ESTUDO SOBRE A COMUNIDADE RASTAFÁRI DO LUBANGO
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i9.21124Palavras-chave:
Estilo de Vida. Resistência Cultural. Comunidade Rastafári. Lubango.Resumo
O presente estudo tem como objectivo analisar o estilo de vida e a resistência cultural da comunidade rastafári residente no Lubango, compreendendo suas crenças, símbolos, práticas e formas de espiritualidade, bem como sua articulação com a história africana e a diáspora. A relevância da investigação reside na necessidade de compreender o rastafarianismo como um movimento que ultrapassa fronteiras religiosas, revelando-se como filosofia de vida, forma de resistência política e instrumento de reconstrução identitária para populações negras marginalizadas. A importância deste trabalho manifesta-se na valorização do legado africano e na descolonização dos saberes, permitindo ressignificar práticas culturais muitas vezes estigmatizadas, como o uso ritual da cannabis, os dreadlocks e a adopção de símbolos etíopes. Além disso, contribui para a compreensão de como os rastafáris transformam discriminação e marginalização em elementos de identidade e força colectiva, reafirmando a espiritualidade como base de emancipação cultural. A metodologia utilizada foi de natureza básica, com carácter analítico e abordagem qualitativa. O estudo combinou revisão bibliográfica com um estudo de caso junto a 16 rastafáris no Lubango. Como técnicas, recorreu-se a entrevistas semiestruturadas, análise de conteúdo temática e triangulação, o que garantiu validade científica. Os resultados revelam que os rastafáris reconhecem a Etiópia como centro espiritual, atribuem a Marcus Garvey e Haile Selassie papéis proféticos e messiânicos, ressignificam símbolos culturais como pedagogia de resistência e enfrentam discriminação social convertendo-a em distinção espiritual. Conclui-se que o movimento, mais do que religião, constitui prática viva de descolonização e construção identitária.
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