OS “AVESSOS DA MODERNIZAÇÃO”: ENSINO SECUNDÁRIO E DESIGUALDADE NO BRASIL IMPERIAL
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i9.21030Palavras-chave:
Ensino secundário. História da educação. Brasil imperial. Aulas avulsas. Desigualdade social.Resumo
Este artigo analisa os “avessos da modernização” no ensino secundário brasileiro do século XIX, evidenciando como as propostas de modernização coexistiram com a reprodução de desigualdades sociais e regionais. A partir de pesquisa documental e da perspectiva da Nova História Cultural, fundamentada em Chartier (2002), examinam-se as heranças pombalinas, o papel das aulas avulsas e preparatórias, bem como a criação do Colégio Pedro II em 1837. O estudo demonstra que, embora a instrução secundária tenha incorporado elementos modernos, como as línguas vivas, em especial o francês, consolidado como disciplina obrigatória, sua estrutura permaneceu seletiva, voltada majoritariamente às elites imperiais. A metodologia utilizada consistiu na análise de regulamentos, relatórios ministeriais e estudos historiográficos, permitindo compreender como o discurso de difusão das “luzes” foi apropriado de forma desigual. O artigo conclui que a modernização educacional oitocentista operou em sentido paradoxal: ao mesmo tempo em que ampliou o repertório curricular e fortaleceu a centralização estatal, restringiu o acesso amplo à instrução, revelando os avessos de um processo que se pretendia civilizador.
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