A FESTA DE IEMANJÁ DE FORTALEZA À LUZ DA ETNOGRAFIA SENSORIAL: PERCEPÇÕES SOBRE A SINESTESIA SAGRADA
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i8.20878Palavras-chave:
Patrimônio cultural. Etnografia sensorial e festa.Resumo
Este estudo analisa a Festa de Iemanjá em Fortaleza como expressão cultural e religiosa de matriz afro-indígena a partir da etnografia sensorial, abordagem cunhada pelo antropólogo Paul Stoller. As celebrações à Iemanjá na capital cearense ocorrem anualmente nos dias 14 e 15 de agosto, reunindo tanto nas praias quanto nos terreiros das umbandas e candomblés adeptos que reverenciam a divindade associada às águas marítimas. As narrativas sobre a gênese deste festejo culminam na atuação de Mãe Julia Barbosa Condante, mulher negra de ascendência portuguesa, que teria iniciado as homenagens na Praia do Futuro por volta da década de 1960, conforme aponta o pesquisador Jean dos Anjos. Desde então, a celebração passou por transformações significativas, incorporando novos significados e práticas. O presente estudo é resultado da visita de campo realizada na festa no ano de 2024, onde utilizamos a abordagem da etnografia sensorial para melhor compreender o festejo à luz de suas visualidades, cheiros, sabores, tatos e sonoridades. Os resultados evidenciam a complexidade ritualística da festa, marcada por elementos sonoros, olfativos, visuais e gustativos, além de tensionamentos como o embranquecimento iconográfico da orixá.
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