TUMORES DA FOSSA POSTERIOR EM NEONATOS E LACTENTES: IMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS E NEURODESENVOLVIMENTO A MÉDIO PRAZO
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i8.20799Palavras-chave:
Tumores do Sistema Nervoso Central. Lactente. Neurocirurgia. Desenvolvimento Infantil. Fossa Posterior.Resumo
Introdução: Tumores da fossa posterior em neonatos e lactentes representam um desafio neurocirúrgico devido à localização crítica, ao risco de hidrocefalia e às potenciais repercussões no neurodesenvolvimento. A intervenção precoce é vital, mas pode acarretar sequelas motoras, cognitivas e comportamentais. Objetivo: Avaliar as implicações cirúrgicas e os desfechos no neurodesenvolvimento a médio prazo em neonatos e lactentes com tumores da fossa posterior. Metodologia: Revisão sistemática conforme diretrizes PRISMA e estratégia PICO. Bases de dados: PubMed, Embase, LILACS e Scopus (2010–2024). Critérios de inclusão: estudos com pacientes <2 anos, com tumores da fossa posterior e avaliação do neurodesenvolvimento após intervenção cirúrgica. Foram identificados 176 estudos; após exclusão de 28 duplicatas, restaram 148 para triagem. Destes, 89 foram excluídos por inadequação temática e 7 por conflito de interesse. Após leitura completa de 52 artigos, 40 foram excluídos por dados insuficientes, totalizando 12 estudos incluídos. Resultados: Os estudos incluídos demonstraram que, embora a ressecção cirúrgica seja frequentemente eficaz para aumentar a sobrevida, cerca de 45% a 60% dos pacientes apresentaram atraso neuropsicomotor, distúrbios de marcha e dificuldades cognitivas a médio prazo. A hidrocefalia ao diagnóstico esteve presente em até 80% dos casos e associou-se a maiores taxas de sequelas cognitivas. A necessidade de derivação ventricular correlacionou-se com atraso no desenvolvimento da linguagem. Evidências indicam que, no período pós-operatório, a reabilitação precoce com acompanhamento multiprofissional potencializa a neuroplasticidade e favorece desfechos funcionais mais satisfatórios. Conclusão: O tratamento cirúrgico de tumores da fossa posterior em menores de 2 anos envolve elevada complexidade técnica e risco significativo de déficits neurocognitivos. A presença de hidrocefalia, a idade inferior a 12 meses no diagnóstico e o tipo histológico influenciam diretamente o prognóstico. Estratégias reabilitacionais precoces e integradas são fundamentais para mitigar o impacto no neurodesenvolvimento e melhorar a qualidade de vida desses pacientes.
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