AVANÇOS NO RASTREAMENTO E DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER: DESAFIOS NO SUS

Resumo

Esse artigo buscou analisar os principais avanços tecnológicos no rastreamento e diagnóstico precoce do câncer e identificar as barreiras estruturais, econômicas e socioculturais que limitam sua implementação no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). A metodologia consistiu em revisão narrativa da literatura nas bases PubMed, Scopus, Science e BMC Public Health, abrangendo publicações de 2023 a 2025 sobre testes multicâncer baseados em DNA tumoral circulante, biópsias líquidas, algoritmos de inteligência artificial na interpretação de mamografia e tomografia, e estratégias de telemedicina. Os resultados indicaram sensibilidade superior a 90 % nos testes multicâncer e redução de até 30 % na variabilidade diagnóstica com IA, além de expansão de até 40 % na cobertura de rastreamento por unidades móveis de telemedicina. Contudo, identificaram-se disparidades regionais na disponibilidade de equipamentos, altos custos de validação tecnológica e estigma que comprometem a adesão. Conclui‑se que a incorporação equitativa dessas inovações no SUS requer fortalecimento da atenção primária, padronização de protocolos, capacitação de profissionais e campanhas educativas para superar barreiras culturais.