RADIOTERAPIA NO TRATAMENTO DE CRIANÇAS COM CÂNCER: UMA REVISÃO NARRATIVA

Resumo

Esta revisão narrativa tem como objetivo analisar os principais aspectos da radioterapia no tratamento de crianças com câncer, com ênfase nos efeitos colaterais — especialmente no comprometimento do crescimento infantil — e nas estratégias terapêuticas que visam mitigar esses impactos. Para isso, foi realizada uma busca nas bases de dados PubMed, SciELO e Google Acadêmico, considerando publicações entre 2008 e 2023. Utilizaram-se os descritores “radioterapia”, “câncer pediátrico”, “efeitos colaterais” e “crescimento”, e foram incluídos estudos publicados em português e inglês que abordassem a aplicação da radioterapia em oncologia pediátrica, seus efeitos adversos e os avanços tecnológicos correlatos. Os resultados demonstram que os principais efeitos colaterais da radioterapia em crianças incluem atraso no crescimento, disfunções endócrinas e maior risco de desenvolvimento de neoplasias secundárias. Diante disso, observa-se que inovações tecnológicas como a radioterapia de intensidade modulada (IMRT), a protonterapia e a radioterapia guiada por imagem (IGRT) têm se mostrado promissoras na redução desses efeitos, por permitirem maior precisão na entrega da dose de radiação ao tecido tumoral, poupando estruturas saudáveis adjacentes. Além disso, estratégias complementares como o fracionamento da dose, o uso de técnicas conformacionais e a aplicação de biomarcadores têm contribuído para tornar o tratamento mais seguro e eficaz. Conclui-se, portanto, que embora a radioterapia seja uma modalidade terapêutica fundamental na abordagem do câncer pediátrico, ela requer cuidados específicos e contínuos quanto aos efeitos adversos, sendo as inovações tecnológicas um importante avanço na preservação do crescimento e da qualidade de vida dos pacientes pediátricos.