ABORDAGEM CIRÚRGICA MINIMAMENTE INVASIVA E ESTERNOTOMIA NA CORREÇÃO DE DEFEITOS DO SEPTO ATRIAL EM PACIENTES PEDIÁTRICOS: DESFECHOS CLÍNICOS E QUALIDADE DE VIDA

Resumo

Introdução: Os defeitos do septo atrial (DSA) constituem uma das cardiopatias congênitas mais prevalentes na população pediátrica, demandando correção cirúrgica para prevenir complicações tardias. Tradicionalmente, a abordagem cirúrgica padrão envolveu a esternotomia mediana, que proporciona excelente exposição do campo cirúrgico, mas resulta em uma incisão torácica significativa. Nos últimos anos, o desenvolvimento de técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, que utilizam incisões menores ou acessos alternativos, surgiu como uma opção promissora, visando reduzir o trauma cirúrgico, melhorar o resultado estético e acelerar a recuperação em crianças. A escolha entre estas abordagens levanta questões importantes sobre seus respectivos desfechos clínicos e o impacto na qualidade de vida dos jovens pacientes. Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática da literatura foi comparar os desfechos clínicos e a qualidade de vida associados à abordagem cirúrgica minimamente invasiva versus a esternotomia tradicional na correção de defeitos do septo atrial em pacientes pediátricos. Metodologia: Foi conduzida uma revisão sistemática da literatura aderente aos princípios do checklist PRISMA. A busca eletrônica foi realizada nas bases de dados PubMed, SciELO e Web of Science, utilizando os seguintes descritores: "Atrial Septal Defect", "Minimally Invasive Surgery", "Sternotomy", "Pediatrics" e "Outcomes". Foram considerados artigos publicados nos últimos 10 anos. Os critérios de inclusão compreenderam estudos que compararam as duas técnicas cirúrgicas em pacientes pediátricos com DSA e reportaram desfechos clínicos ou relacionados à qualidade de vida. Foram excluídos estudos focados em fechamento percutâneo, pacientes adultos e artigos que não apresentaram dados comparativos entre as abordagens cirúrgicas. Resultados: Os resultados encontrados indicaram que ambas as abordagens cirúrgicas demonstraram sucesso na correção do DSA, com baixas taxas de mortalidade e complicações maiores em centros especializados. As técnicas minimamente invasivas foram frequentemente associadas a melhores resultados estéticos, menor tempo de internação hospitalar e recuperação mais rápida em comparação com a esternotomia. Embora o tempo de circulação extracorpórea pudesse ser marginalmente maior em alguns procedimentos minimamente invasivos, os desfechos clínicos como fechamento do defeito e incidência de arritmias foram geralmente comparáveis entre os grupos, impactando positivamente a qualidade de vida. Conclusão: A abordagem cirúrgica minimamente invasiva representou uma alternativa viável e segura à esternotomia para a correção de defeitos do septo atrial em pacientes pediátricos selecionados, oferecendo vantagens estéticas e de recuperação com resultados clínicos equivalentes quando realizada por equipes experientes, contribuindo assim para uma melhor qualidade de vida pós-operatória.