RETINOPATIA DA PREMATURIDADE: AVALIAÇÃO E CONDUTA

Resumen

Introdução: A retinopatia da prematuridade constitui um desafio significativo na neonatologia e oftalmologia pediátrica, representando uma das principais causas de cegueira evitável na infância. Esta condição complexa afetou recém-nascidos pré-termo devido ao desenvolvimento vascular retiniano incompleto, tornando-os vulneráveis a estímulos externos como a oxigenação. A progressão da doença podia variar amplamente, desde alterações leves que regrediam espontaneamente até formas graves que levavam ao descolamento de retina. O manejo da ROP exigiu uma compreensão aprofundada de seus estágios e fatores de risco associados, como baixo peso ao nascer e idade gestacional reduzida. Objetivo: O objetivo da revisão sistemática de literatura consistiu em sintetizar as evidências científicas disponíveis sobre os métodos de avaliação diagnóstica e as abordagens terapêuticas para a retinopatia da prematuridade. Metodologia: A metodologia baseou-se nas recomendações do checklist PRISMA para condução de revisões sistemáticas. A busca foi realizada nas bases de dados eletrônicas PubMed, SciELO e Web of Science, utilizando uma combinação dos seguintes descritores: "Retinopathy of Prematurity", "ROP", "Diagnosis", "Assessment", "Treatment". Foram incluídos estudos originais, publicados nos últimos 10 anos, que abordaram a avaliação e/ou conduta da ROP em populações humanas. Foram excluídos relatos de caso isolados, artigos de revisão (exceto a base para a revisão sistemática em si) e publicações que não se focaram diretamente na retinopatia da prematuridade. Resultados: Os resultados encontrados destacaram a importância crucial do exame oftalmológico regular em recém-nascidos de risco, tipicamente realizado por oftalmologistas experientes utilizando oftalmoscopia indireta. Estudos recentes também evidenciaram o papel crescente da retinografia digital como ferramenta complementar na avaliação. Quanto à conduta, a fotocoagulação a laser permaneceu como o tratamento padrão para a doença threshold ou pré-threshold de alto risco. Ademais, a utilização de agentes anti-VEGF intravítreos emergiu como uma alternativa promissora, especialmente para formas agressivas posteriores da doença. Conclusão: Em conclusão, a avaliação precoce e contínua, aliada a uma conduta terapêutica baseada nas evidências atuais, demonstrou ser fundamental para o prognóstico visual de lactentes com retinopatia da prematuridade. A oftalmoscopia indireta continua essencial, enquanto novas tecnologias e terapias, como os anti-VEGF, expandiram as opções de manejo, visando minimizar as sequelas visuais a longo prazo. A pesquisa na área segue buscando otimizar o rastreamento, a estratificação de risco e as intervenções.