AVALIAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA CONGESTIVA NO PACIENTE IDOSO: ABORDAGEM MEDICAMENTOSA
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i4.18899Palavras-chave:
Insuficiência cardíaca. Idoso. Tratamento medicamentoso. Farmacoterapia e estudos clínicos.Resumo
Introdução: A insuficiência cardíaca congestiva (ICC) representa um desafio de saúde significativo na população idosa, caracterizada pela incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para atender às necessidades do organismo. No paciente idoso, essa condição frequentemente se manifesta de forma atípica, com sintomas que podem ser facilmente confundidos com outras comorbidades comuns nessa faixa etária, como fadiga, dispneia e edemas. A complexidade do quadro clínico é exacerbada pela presença frequente de múltiplas comorbidades, alterações fisiológicas relacionadas ao envelhecimento e polifarmácia, o que torna a abordagem terapêutica um processo delicado e que exige uma avaliação minuciosa. A terapêutica medicamentosa para ICC em idosos visa aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida, reduzir a progressão da doença e diminuir a mortalidade. No entanto, a escolha dos fármacos e suas doses demandam cautela, considerando a farmacocinética e a farmacodinâmica alteradas, a maior sensibilidade a efeitos adversos e as potenciais interações medicamentosas. Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática de literatura foi sintetizar as evidências científicas disponíveis sobre a abordagem medicamentosa da insuficiência cardíaca congestiva no paciente idoso, identificando as principais classes de fármacos utilizadas, seus benefícios e riscos específicos nessa população. Metodologia: A metodologia desta revisão sistemática seguiu as diretrizes do checklist PRISMA. A busca de artigos relevantes ocorreu nas bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science, utilizando os seguintes descritores combinados através de operadores booleanos: "insuficiência cardíaca", "idoso", "tratamento medicamentoso", "farmacoterapia" e "estudos clínicos". Foram incluídos artigos publicados nos últimos 10 anos. Os critérios de inclusão abrangeram estudos clínicos, revisões sistemáticas e metanálises que avaliaram a eficácia e segurança de medicamentos utilizados no tratamento da ICC em pacientes com 60 anos ou mais. Foram excluídos estudos em modelos animais, relatos de caso isolados e artigos que não abordavam especificamente a terapia medicamentosa na população idosa com ICC. Resultados: Os resultados da revisão evidenciaram que as principais classes de medicamentos utilizadas no tratamento da ICC em idosos incluem inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) ou bloqueadores do receptor de angiotensina (BRA), betabloqueadores, diuréticos e antagonistas do receptor de mineralocorticoides (ARM). Observou-se que a introdução e titulação dessas medicações em idosos frequentemente exigiram um ritmo mais lento e doses mais baixas devido ao risco aumentado de hipotensão e disfunção renal. Estudos demonstraram que o uso de IECA/BRA e betabloqueadores esteve associado à redução da mortalidade e hospitalizações por ICC, enquanto os diuréticos foram importantes no controle dos sintomas de congestão. A adição de ARM em pacientes selecionados também demonstrou benefícios prognósticos. Contudo, a polifarmácia e as interações medicamentosas representaram desafios significativos no manejo da ICC em idosos, demandando uma avaliação farmacológica cuidadosa e individualizada. Conclusão: A abordagem medicamentosa da insuficiência cardíaca congestiva no paciente idoso é complexa e multifacetada, exigindo uma avaliação geriátrica abrangente que considere as particularidades fisiológicas, clínicas e farmacológicas dessa população. A utilização das principais classes de fármacos demonstrou ser eficaz na melhora dos desfechos clínicos, mas a individualização do tratamento, a monitorização rigorosa e a prevenção de interações medicamentosas são cruciais para otimizar os benefícios e minimizar os riscos nessa faixa etária.
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