EPIDEMIOLOGIA DA SÍFILIS NO BRASIL: UMA ANÁLISE ESTATÍSTICA
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i4.18830Palavras-chave:
Sífilis. Epidemiologia. Infecção Sexualmente Transmissível.Resumo
A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Treponema pallidum, que pode levar a complicações graves se não tratada adequadamente. A transmissão ocorre, principalmente, por contato sexual desprotegido e, de forma vertical, da gestante para o feto, causando sífilis congênita. No Brasil, a incidência de sífilis adquirida, com a taxa de detecção subindo de 59,4 casos por 100.000 habitantes em 2012 para 99,2 casos por 100.000 habitantes em 2022, especialmente entre jovens de 15 a 39 anos, aumenta exponencialmente. Fatores socioeconômicos e desigualdades no acesso à saúde influenciam diretamente na disseminação da doença, afetando especialmente populações vulneráveis, como pessoas LGBT+, profissionais do sexo e pessoas privadas de liberdade. A análise epidemiológica dos casos de sífilis no Brasil em 2024 revelou um total de 30.465 notificações no período de janeiro a julho, com São Paulo concentrando a maior parte dos registros (22,68%) e o Amapá apresentando a menor incidência. A doença afeta predominantemente homens (62,15%), sendo mais frequente em pessoas pardas (43,17%) e em indivíduos com ensino médio ou superior incompleto. A maioria dos diagnósticos foi confirmada por exames laboratoriais (64,4%), mas 31,02% das notificações não especificaram o critério diagnóstico, evidenciando falhas na notificação. A taxa de cura foi de 41,01%, variando entre estados, com destaque para o Acre, que atingiu 95,73%. A mortalidade permaneceu baixa (0,04%), mas houve variação entre os estados, sendo Mato Grosso do Sul o de maior letalidade proporcional (0,30%). O estudo ressalta que estados que utilizam exames laboratoriais apresentam maior precisão no diagnóstico, enquanto aqueles que dependem de critérios clínico-epidemiológicos enfrentam desafios na notificação e no acompanhamento adequado dos pacientes. Além disso, as desigualdades regionais e o acesso limitado aos serviços de saúde dificultam o controle da doença. Campanhas de conscientização, especialmente entre populações vulneráveis, e a ampliação do acesso ao diagnóstico laboratorial são essenciais para reduzir a disseminação da sífilis.
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