SÍFILIS CONGÊNITA NO BRASIL: UM ESTUDO COMPARATIVO DA INCIDÊNCIA ENTRE 2019 E 2023, CONSIDERANDO OS PERÍODOS PRÉ-PANDÊMICO E PANDÊMICO
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v10i7.14984Palavras-chave:
COVID-19. Infecções por Treponema. Sífilis Congênita.Resumo
Introdução: A sífilis congênita resulta da disseminação hematogênica do Treponema pallidum da gestante não tratada ou inadequadamente tratada para o feto, por via transplacentária. Apesar dos esforços contínuos, há lacunas na assistência pré-natal, exemplificadas durante a pandemia de COVID-19 pela interrupção significativa nos serviços de saúde reprodutiva, dificultando o acesso aos cuidados preventivos e aumentando o risco de sífilis congênita não detectada. Objetivo: Avaliar a incidência de sífilis congênita em diferentes regiões do Brasil entre os anos de 2019 e 2023. Metodologia: Trata-se de um estudo ecológico do tipo série temporal com dados secundários disponíveis no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) no período de 2019 a 2023. As variáveis analisadas foram casos notificados de sífilis congênita, ano do diagnóstico, região geográfica, presença de sífilis materna, realização de pré-natal, evolução do quadro de sífilis congênita, tratamento do parceiro e classificação final. Os dados foram analisados por meio de estatística descritiva. Resultados: Na análise da distribuição dos casos notificados por região e ano, destacou-se a região Sudeste com 50.670 casos ao longo de cinco anos, seguido pelo Nordeste com 32.308 casos. Adicionalmente, a análise dos casos de sífilis congênita durante a pandemia de COVID-19 (2020-2022) não revelou diferenças estatisticamente significativas na incidência em relação ao período pré-pandêmico (2019). Discussão: Durante a pandemia de COVID-19, os procedimentos diagnósticos e de tratamento da sífilis no SUS do Brasil sofreram uma redução considerável, com uma queda nos procedimentos realizados nos primeiros sete meses de 2020 em comparação com o período de 2016 a 2019. O projeto "Sífilis Não!" exemplifica o sucesso de intervenções abrangentes em saúde pública, especialmente na região Nordeste, onde houve uma significativa redução nas notificações. No entanto, persistem desafios na integração entre pesquisa e políticas de saúde, especialmente na vigilância epidemiológica e no acesso equitativo aos serviços de saúde. Conclusão: Portanto, para combater a sífilis congênita, é essencial implementar políticas baseadas em evidências, fortalecer os sistemas de saúde e promover pesquisas adicionais, adotando uma abordagem multifacetada para orientar intervenções eficazes e sustentáveis em saúde materno-infantil globalmente.
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