DITO, O NEGRINHO DA FLAUTA: REFLEXÕES NA PERSPECTIVA BAKHTINIANA E DA EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v9i3.9022Palabras clave:
Literatura infantojuvenil. Bakhtin. ERER. Personagens negros. Racismo.Resumen
Invisibilização ou caracterizações que inferiorizam personagens negros são idiossincrasias presentes na literatura infantojuvenil desde seu advento. Este cenário é influenciado sobretudo por uma estrutura social que coloca os corpos negros como inferiores, o racismo. Este é um problema histórico e social, que pode ser expresso de diversas formas, explícita ou velada, em diversos contextos, como na literatura. Embora nas últimas décadas tenham ocorrido modificações lentas nesse panorama, em especial em relação a meninas negras, ainda há amplo acesso de crianças e adolescentes a obras literárias que inferiorizam pessoas negras. Devido a isso, o interesse do presente artigo é analisar o livro “Dito, o negrinho da flauta”, de Pedro Bloch (1983), disponível a alunos de uma escola particular localizada no município de Vitória, Espírito Santo, cujo personagem principal é Dito, um garoto negro. Identificamos uma construção problemática do personagem, em que lhe são atribuídas caracterizações definidoras de raça, como neguinho, embora não seja escravizado, é tratado com um, dentre outras atribuições. O acesso de crianças e adolescentes a obras de conteúdo racista podem perpetuar estereótipos e preconceito, afetando a autoestima e identidade de pessoas negras.
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