EDUCAÇÃO AFROCENTRADA: O LEGADO CULTURAL DO CANDOMBLÉ DE ANGOLA, ESTUDO REALIZADO NO MUNICÍPIO DE LUZIÂNIA–GO E NO DF
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i8.20765Palabras clave:
Educação. Candomblé. Cultura. Afrocentricidade. Respeito.Resumen
Um currículo que contempla a diversidade multicultural é possível, desde que todos estejam empenhados no processo. Compreender a Lei 10.639/03 vai além dos livros didáticos. Diante do exposto, temos como objetivo principal dessa pesquisa, analisar as contribuições do Candomblé de Angola para o ensino de Geografia e História, baseado na Lei 10.639.Todavia acreditamos que a escola é de fato o caminho para a transformação do indivíduo ou porque não dizer para a formação da personalidade humana, para que este veja o seu próximo não somente a partir de si mesmo, das suas convicções, mas que aprenda a ser pacífico, ponderando e respeitando-o aquém de suas próprias opiniões, que através das diversas disciplinas, tome consciência que crenças e comportamentos de determinadas culturas e povos devem ser respeitadas desde que não interfiram no bem comum. Na metodologia e referencial faremos também uma breve abordagem às perseguições religiosas em Salvador-BA na década de 1920, com destaque para o caso do pai de santo José Crescencio, visto que uma de suas Filhas de Santo, Norma Martins, também contribuiu de forma significativa com a vinda do culto afro para o Distrito Federal e entorno. Faremos uma breve análise sobre o ensino de Geografia Cultural (diversidade, religião, etc.) e como esta ciência poderia explorar as manifestações do candomblé. E ainda estabelecer relações entre o Candomblé de Angola e o ensino de Geografia cultural. Analisaremos também a Base Nacional Curricular Comum para o ensino de geografia, e o ensino da Cultura e História Africana. Iremos imergir nos espaços sagrados do candomblé de origem Bantu (Angola) para destacarmos suas festividades religiosas tradicionais, bem como suas finalidades e a culinária relacionada às divindades. Nos resultados apontamos que o candomblé é uma religião como qualquer outra, em qualquer lugar do planeta e precisa ser respeitada. Antes de iniciarmos essa pesquisa precisamos compreender um pouco sobre o que de fato se refere à cultura no sentido antropológico. Segundo o dicionário online, no aspecto antropológico cultura seria o conjunto dos hábitos sociais e religiosos, das manifestações intelectuais e artísticas que caracteriza uma sociedade, bem como o conjunto dos conhecimentos adquiridos por uma sociedade (SARAIVA 2010). Vamos, portanto, nos ater aqui à cultura antropológica, já que estamos tratando das relações étnicas raciais ao longo desse trabalho. Para Laraia (2001), a cultura antropológica varia sob fatores considerados relevantes na análise cultural, tais como: Determinismo Biológico e determinismo geográfico, quanto ao determinismo biológico Laraia (Idem) expõe a ideia que muitos acreditam, por exemplo, que os nórdicos são mais inteligentes que os negros, que os alemães têm mais habilidades para mecânica e que os brasileiros herdaram a preguiça dos negros. Porém Laraia (idem) afirma que os antropólogos acreditam ou estão convencidos de que as diferenças genéticas não são determinantes das diferenças culturais. Vale ressaltar que nem sempre foi assim na concepção geral da antropologia, como veremos neste capítulo sobre o pensamento do Antropólogo Nina Rodrigues em relação a essa questão. Já o determinismo geográfico considera que as diferenças do ambiente físico condicionam a diversidade cultural. Segundo Laraia (idem) estas teorias foram desenvolvidas principalmente por geógrafos no final do século XIX e no início do século XX, levando em consideração o clima como um fator relevante na dinâmica do progresso. Laraia (idem) discorda dessa teoria. Para Ratts e Damascena. (2008) o contato dos europeus com os africanos se dá por meio de um embaraçado processo de encontro ou confronto desde o século XV. Tendo em vista a diversidade cultural africana oriunda de diversos reinos africanos (como eram organizadas as sociedades africanas), o país que denominamos Brasil também se formou no encontro ou confronto de etnias e sociedades, no processo de colonização, assim compreendido: europeias, africanas e indígenas. Teríamos assim vários brasis do ponto de vista de nossa formação sócio espacial, subdivididos em regiões Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro oeste, apresentando processos históricos e composições étnicas e sociais distintas e desiguais entre si. Ao analisarmos o contexto cultural sob a ótica de autores como Alexandre Ratts e Ariadne Damascena (2008), conseguiremos compreender de forma explícita a participação do negro na formação da nossa cultura enquanto brasileiros, para isso Ratts e Damascena (2008) destaca três dimensões de fundamental importância nesse processo: a história, a memória e as práticas culturais. Segundo Ratts e Damascena (2008), não podemos esquecer que no Brasil, muitas expressões culturais negras são fundamentadas em um princípio de resistência e de não submissão. Para Campos (2017), os primeiros africanos a pisarem em solo brasileiro, foram os Bantu, oriundos da África centro-ocidental, enviados como escravos à província de Pernambuco, por volta de 1580, onde seguiram até Alagoas, Rio de janeiro, de onde teriam se espalhado por Minas Gerais, São Paulo e maranhão, o Estado do Pará. Segundo esse mesmo autor, o grupo de escravizados mais importante introduzido no Brasil teria sido Sudanês vindo para Salvador e se espalhando por todo o recôncavo e destes negros os mais notáveis, segundo ele os Iorubas ou Nagôs e jêjes, seguido dos negros Minas. Porém há muita divergência entre os autores, a cerca desse tema, a exemplo de Nina Rodrigues, um dos primeiros etnólogos a estudar a raça negra no Brasil. Portanto, a educação é a ferramenta que modifica uma sociedade, fazendo acontecer a tão esperada transformação, essa transformação não acontece sozinha como mera obra da natureza, é preciso que haja um mediador, um facilitador, essa figura que faz toda a diferença é o professor
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