AVALIAÇÃO DO USO DA VENTILAÇÃO MECÂNICA NA INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA AGUDA
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i7.20288Palabras clave:
Ventilação mecânica. Insuficiência respiratória. Unidades de terapia intensiva. Ventilação não invasiva e lesão pulmonar.Resumen
Introdução: A insuficiência respiratória aguda (IRpA) representou uma condição clínica de alta gravidade e uma das principais causas de admissão em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em todo o mundo. Caracterizada pela incapacidade do sistema respiratório em manter a troca gasosa adequada, a IRpA exigiu, frequentemente, a instituição de suporte ventilatório mecânico. A ventilação mecânica (VM) estabeleceu-se como uma terapia de suporte de vida indispensável, com o propósito de reverter a hipoxemia, corrigir a acidose respiratória e reduzir o trabalho muscular respiratório. Contudo, apesar de seu papel salvador, a aplicação da VM não foi isenta de riscos, podendo induzir ou agravar a lesão pulmonar (lesão pulmonar induzida pela ventilação - VILI), o que tornou a sua correta indicação e parametrização um desafio central na medicina intensiva. Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática foi avaliar e sintetizar as evidências científicas comparativas sobre as diferentes modalidades e estratégias de ventilação mecânica no manejo da insuficiência respiratória aguda em pacientes adultos, focando no seu impacto sobre desfechos clínicos como mortalidade, tempo de ventilação e complicações associadas. Metodologia: Foi conduzida uma revisão sistemática da literatura em conformidade com as diretrizes PRISMA, com artigos publicados nos últimos dez anos. A busca foi realizada nas bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science, utilizando os descritores: "ventilação mecânica", "insuficiência respiratória", "unidades de terapia intensiva", "ventilação não invasiva" e "lesão pulmonar". Os critérios de inclusão foram: ensaios clínicos randomizados que compararam diferentes modalidades ou parâmetros de VM; estudos com pacientes adultos em UTI com IRpA; e que reportaram desfechos clínicos relevantes. Foram excluídos estudos em populações pediátricas, relatos de caso e revisões de literatura. Resultados: Os resultados encontrados demonstraram uma crescente indicação para a ventilação não invasiva (VNI) como primeira linha de abordagem em etiologias específicas de IRpA, como na exacerbação da Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) e no edema agudo de pulmão cardiogênico, onde seu uso reduziu significativamente as taxas de intubação orotraqueal e de complicações. Para pacientes que necessitaram de ventilação mecânica invasiva, especialmente aqueles com Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA), a evidência consolidou a superioridade das estratégias de ventilação protetora. A utilização de baixos volumes correntes (em torno de 6 ml/kg de peso predito), a aplicação de pressão positiva expiratória final (PEEP) titulada e a limitação da pressão de platô foram consistentemente associadas à redução da mortalidade. Conclusão: Concluiu-se que o manejo da insuficiência respiratória aguda com suporte ventilatório evoluiu para uma prática mais criteriosa e protetora. A escolha entre a modalidade invasiva e não invasiva dependeu fundamentalmente da etiologia da IRpA e das características do paciente. Uma vez indicada a ventilação invasiva, a adoção de estratégias de proteção pulmonar foi confirmada como um pilar essencial do tratamento, sendo uma das intervenções com maior impacto na redução da mortalidade de pacientes críticos nas últimas décadas.
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