“SE TIVER QUE FAZER VOU FAZER E QUERO VER A PREFEITURA DERRUBAR”: ETNOGRAFIA NUM COLETIVO EM MEIO AO ORDENAMENTO TERRITORIAL DA CIDADE DE VITÓRIA - ES
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v7i7.1674Palabras clave:
Unidades de conservação. Ordenamento territorial. Ambientalismo. Conflito socioambiental Etnografia.Resumen
O município de Vitória - ES tornou-se palco de discursos sobre “sustentabilidade” e “ecologização”, sobretudo a partir da década de 1990, com a criação do Projeto Vitória do Futuro, Programa Terra Mais Igual, Área de Proteção Ambiental do Maciço Central e seu Zoneamento Ecológico-Econômico, Plano Diretor Urbano, e também com a administração do Parque Estadual da Fonte Grande, transferida ao poder municipal pelo governo estadual. A partir de então, todo um aparato institucional é utilizado para fundamentar um conjunto de políticas desenvolvimentistas e discursos sobre “sustentabilidade” que desconsideram as matas dos morros e seus arredores como ambientes de socialização e pertencimento de diversos coletivos da cidade. Através de processos autoritários de ordenamento e remoção territorial - em busca da criação de uma “cidade verde” - é negada não só a existência de relações desses coletivos com o território, mas com os demais sujeitos que compõe a cosmografia do lugar, o que tem gerado diversos conflitos socioambientais. Nesse artigo busco demonstrar, através de uma etnografia, os efeitos dessa política ambiental municipal num desses coletivos, bem como a política do abandono e as restrições impostas pela Prefeitura Municipal de Vitória - PMV, além de como esse coletivo agencia suas formas de resistência às investidas dessa em tentar tirá-lo de lá.
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