A LIGAÇÃO ENTRE O INTESTINO E A DEPRESSÃO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA DOS MECANISMOS ENVOLVIDOS NO EIXO INTESTINO-CÉREBRO

Resumen

A ligação entre o intestino e a depressão tem sido objeto de estudo e pesquisa ao longo dos últimos anos. Esta revisão sistemática tem como objetivo analisar os mecanismos envolvidos no eixo intestino-cérebro e sua relação com a ocorrência da depressão. O intestino é considerado um "segundo cérebro", devido à sua complexa rede de neurônios, conhecida como sistema nervoso entérico. Essa rede está envolvida no controle de funções intestinais básicas, como a digestão, mas também desempenha um papel importante na regulação do humor e do comportamento. Estudos recentes têm demonstrado que existem diversos fatores que podem influenciar a comunicação entre o intestino e o cérebro e, consequentemente, afetar o estado mental de um indivíduo. Um desses fatores é a microbiota intestinal, ou seja, as bactérias que habitam o intestino. Alterações na composição dessa microbiota têm sido associadas à depressão, devido à sua capacidade de modular a produção de neurotransmissores e substâncias inflamatórias. Além disso, o estresse tem sido identificado como um dos principais mediadores na ligação entre o intestino e a depressão. O estresse crônico pode levar a alterações na permeabilidade intestinal, causando o vazamento de toxinas e bactérias para a corrente sanguínea, desencadeando uma resposta inflamatória que pode afetar negativamente o funcionamento do cérebro. Outro mecanismo envolvido no eixo intestino-cérebro é a produção de neurotransmissores no intestino. Estudos têm mostrado que o intestino é capaz de produzir neurotransmissores, como a serotonina, que desempenham um papel crucial na regulação do humor. Alterações na produção ou na absorção desses neurotransmissores podem contribuir para o surgimento da depressão.Em conclusão, esta revisão sistemática destaca a importância da relação entre o intestino e a depressão, evidenciando os mecanismos envolvidos no eixo intestino-cérebro. Compreender esses mecanismos pode abrir novos caminhos para o desenvolvimento de estratégias terapêuticas mais eficazes no tratamento da depressão.