USO DE HORMÔNIOS ENTRE TRAVESTIS E MULHERES TRANSEXUAIS EM UMA CAPITAL DO NORDESTE BRASILEIRO
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v1i2.11100Palabras clave:
Hormônios, Travestis, Amostragem.Resumen
Introdução: o almejo pelo corpo ideal, condizente com a sua identificação de gênero, induz as travestis e mulheres transexuais, recorrerem a procedimentos de transformação corporal, como o uso de hormônio. Porém em algumas situações, esses procedimentos são realizados sem prescrição e orientação de profissionais da saúde. Objetivo: estimar a prevalência do uso contínuo de hormônios e seus fatores associados entre travestis e mulheres transexuais em uma capital do Nordeste brasileiro. Método: estudo de corte-seccional e abordagem quantitativa, utilizou-se o método de recrutamento Respondent-Driven Sampling (RDS), no período de janeiro a março de 2017. Foram selecionadas travestis e mulheres transexuais com idade igual ou superior a 18 anos. Para coleta de dados foi aplicado questionário sociocomportamental. Análise dos dados foi realizada utilizando software Stata. Resultados: entre as 350 participantes incluídas no estudo, a maior parte (92,8%) usou hormônio alguma vez na vida e (51,4%) continua usando. A maioria referiu se considerar travesti (46,2%), com idade entre 18 e 24 (47,7%), de cor parda (56,3%) e baixa escolaridade (53,2%). O uso associado de estrogênio e progesterona (92,8%) foi majoritário, por via injetável (95,2%), adquirido (100%) diretamente nas farmácias, sem receituário médico e sem orientação (43,4%). A satisfação com o uso dos hormônios foi alta (80,3%), assim como os efeitos indesejados sentidos com o uso de hormônios (52,1%). O uso de hormônio esteve associado (p-valor ≤0,05) a ser travesti; com faixa etária mais jovem (18 a 24 anos); ser solteira; ter menos de 8 anos de estudo; ter referido algum efeito indesejado devido ao uso do hormônio; já ter pensado em suicídio e ter sofrido violência sexual. Conclusão: a construção da identidade de gênero leva esta população a um estreitamento com o uso contínuo de hormônio, entretanto, seus riscos intrínsecos tornam-se um problema para a saúde pública.
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