USO DE HORMÔNIOS ENTRE TRAVESTIS E MULHERES TRANSEXUAIS EM UMA CAPITAL DO NORDESTE BRASILEIRO

Autores/as

  • Weinar Maria de Araújo Fundação Oswaldo Cruz
  • Iracema de Jesus Almeida Alves Jacques Fundação Oswaldo Cruz
  • Isabô Ângelo Beserra Ramalho Fundação Oswaldo Cruz
  • Louisiana Regadas de Macedo Quinino Fundação Oswaldo Cruz
  • Naíde Teodósio Valois Santos Fundação Oswaldo Cruz
  • Ana Maria de Brito Fundação Oswaldo Cruz

DOI:

https://doi.org/10.51891/rease.v1i2.11100

Palabras clave:

Hormônios, Travestis, Amostragem.

Resumen

Introdução: o almejo pelo corpo ideal, condizente com a sua identificação de gênero, induz as travestis e mulheres transexuais, recorrerem a procedimentos de transformação corporal, como o uso de hormônio. Porém em algumas situações, esses procedimentos são realizados sem  prescrição e orientação de profissionais da saúde. Objetivo: estimar a prevalência do uso contínuo de hormônios e seus fatores associados entre travestis e mulheres transexuais em uma capital do Nordeste brasileiro. Método: estudo de corte-seccional e abordagem quantitativa,  utilizou-se o método de recrutamento Respondent-Driven Sampling (RDS), no período de  janeiro a março de 2017. Foram selecionadas travestis e mulheres transexuais com idade igual  ou superior a 18 anos. Para coleta de dados foi aplicado questionário sociocomportamental.  Análise dos dados foi realizada utilizando software Stata. Resultados: entre as 350 participantes  incluídas no estudo, a maior parte (92,8%) usou hormônio alguma vez na vida e (51,4%)  continua usando. A maioria referiu se considerar travesti (46,2%), com idade entre 18 e 24  (47,7%), de cor parda (56,3%) e baixa escolaridade (53,2%). O uso associado de estrogênio e  progesterona (92,8%) foi majoritário, por via injetável (95,2%), adquirido (100%) diretamente  nas farmácias, sem receituário médico e sem orientação (43,4%). A satisfação com o uso dos  hormônios foi alta (80,3%), assim como os efeitos indesejados sentidos com o uso de hormônios  (52,1%). O uso de hormônio esteve associado (p-valor ≤0,05) a ser travesti; com faixa etária  mais jovem (18 a 24 anos); ser solteira; ter menos de 8 anos de estudo; ter referido algum efeito  indesejado devido ao uso do hormônio; já ter pensado em suicídio e ter sofrido violência sexual. Conclusão: a construção da identidade de gênero leva esta população a um estreitamento com  o uso contínuo de hormônio, entretanto, seus riscos intrínsecos tornam-se um problema para a  saúde pública.

Publicado

2024-01-03

Cómo citar

Araújo, W. M. de, Jacques, I. de J. A. A., Ramalho, I. Ângelo B., Quinino, L. R. de M., Santos, N. T. V., & Brito, A. M. de. (2024). USO DE HORMÔNIOS ENTRE TRAVESTIS E MULHERES TRANSEXUAIS EM UMA CAPITAL DO NORDESTE BRASILEIRO . Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 1(2), 501–511. https://doi.org/10.51891/rease.v1i2.11100