A SEXUALIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Abstract
Estudos que abordam o tema sexualidade em espaços escolares confirmam que a sexualidade é importante, portanto, ter uma orientação sexual na escola é fundamental para diminuir os riscos à saúde e riscos de vulnerabilidade que as crianças enfrentam. Porém, do ponto de vista da Pedagogia, é necessário refletir a atitude do educador frente à relação aluno-sexualidade. Portanto, o objetivo deste livro é abordar a sexualidade infantil no ambiente escolar, ajudando os educadores a saberem como lidar com a sexualidade infantil de forma adequada ao seu estágio de desenvolvimento.
Este livro explora o papel dos professores na visão e desempenho de temas relacionados à sexualidade infantil. Isso é relevante pois afeta o acesso das crianças a informações apropriadas sobre uma parte de suas vidas, do nascimento ao fim. Como todos sabemos, os pequenos têm muitas dúvidas e curiosidade, por isso farão perguntas como a procedência dos bebês. Para Freud (1908) essas hesitações e dúvidas tornam-se o protótipo de todo o trabalho intelectual posterior aplicado à solução de problemas. Esse primeiro fracasso pode ter um efeito prejudicial sobre todo o futuro da criança.
O educador deve estar preparado para os questionamentos da criança, manter condutas apuradas e flexíveis e se esforçar para compreender o que a criança realmente quer saber por meio de suas perguntas. Para ter mais elementos para sanar suas dúvidas, o professor deve tentar responder com precisão às perguntas feitas de forma abrangente para a criança, evitando ilusões e respostas evasivas.
Vale ressaltar que o trabalho relacionado à sexualidade infantil deve estar no âmbito da fundamentação pedagógica que, por sua vez, deve ser contemplada no campo da educação, portanto, refere-se a questões que podem ser resolvidas na perspectiva educacional, por exemplo, proporcionando livros didáticos sobre o desenvolvimento sexual e reprodutivo humano, animal e vegetal.
Na educação, a sexualidade é uma questão intimamente ligada ao preconceito, por isso existem poucas pesquisas sobre o assunto. Para que os educadores possam lidar com esse tema em sala de aula, é importante que eles ampliem seus conhecimentos sobre o tema para que possam ajudar os alunos que não possuem informações apropriadas para responder e esclarecer suas dúvidas e assim promover a melhoria da qualidade de vida das crianças.
Um enfoque temático consciente e respeitoso levará à formação de futuros adultos mentalmente saudáveis para exercerem sua sexualidade de forma segura e responsável. Ademais, pode prevenir problemas como gravidez precoce e infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) que muitas vezes ocorrem por ausência de informação.
Segundo Silvares (2002) pesquisas atuais mostram que há evidências de que as crianças não entendem totalmente vários aspectos ligados à sexualidade a despeito de se envolverem em uma diversidade de conduta sexual. É esperado que a educação sexual esteja dentro de um enfoque sociocultural, ampliando a percepção do mundo dos alunos, de forma que eles possam obter um conhecimento básico sobre as origens de cada um, criando um desejo de saber mais.
Os profissionais da educação devem estar sempre atentos às diferentes questões, pois o assunto contém muitos preconceitos, tabus e crenças. Segundo Maia et al. (2006), muitos educadores possuem dificuldades em orientar seus alunos, seja por razões pessoais, seja pela falta de informações específicas voltadas para a área da sexualidade e até mesmo por falta de orientação e de recursos metodológicos que os ajudem a compreender e realizar uma orientação adequada.
É preciso reconhecer a importância do tema e a necessidade de se constituir um espaço formal de discussão da sexualidade nas escolas para que os alunos tenham a oportunidade de discutir suas questões nas instituições de ensino. Portanto, a própria instituição deve apoiar a educação continuada para que os professores possam expandir seus conhecimentos do tema em discussão. Na década de 1990, as preocupações dos educadores sobre a incorporação de cursos de orientação sexual nos currículos escolares aumentaram. Em 1996, um documento sobre a orientação sexual, incluso nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), foi lançado pelo Ministério da Educação. Propusera que esse fosse um tema transversal, visando ser um referencial fomentador da reflexão sobre os currículos escolares.
Deve haver espaço para cada pessoa questionar, discutir, aprovar e vivenciar o assunto de uma forma única. Embora isso seja parte essencial de toda a nossa vida, é preciso ter em vista que poucas instituições de ensino incluem programas de orientação sexual em suas práticas pedagógicas, por isso o preconceito e a dificuldade sobre o assunto permanecem elevados.
A educação acontece o tempo todo, seja em casa ou por meio da mídia, de revistas e da Internet. Portanto, se a instituição escolar, que é responsável pela educação formal, não resolver o problema das temáticas acerca de sexualidade, essa atitude se refletirá no desenvolvimento dos alunos, levando-os a pensar que o sexo é secreto e vergonhoso. Muitos educadores não estão preparados ou se sentem desconfortáveis em lidar com esse tópico. Portanto, seria oportuno que eles superassem esse obstáculo e fornecessem aos alunos as informações sexuais necessárias, vitais para a sua formação.
Cada autora expressa aqui nesse livro suas contribuições, tão necessárias para pensar a sexualidade infantil nos dias atuais.
As autoras.
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