COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES E MANEJO CIRÚRGICO EM GESTANTES COM CARDIOMIOPATIA PERIPARTO
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v1i2.19235Keywords:
"Peripartum Cardiomyopathy", "Pregnancy", "Cardiovascular Complications", "Management" e "Outcomes".Abstract
Introdução: A cardiomiopatia periparto (CMP) é uma forma rara e potencialmente devastadora de insuficiência cardíaca que se manifesta no final da gravidez ou nos primeiros meses pós-parto. Esta condição impõe uma carga adicional significativa ao sistema cardiovascular já adaptado às demandas fisiológicas da gestação, levando a uma variedade de complicações cardíacas em um período de alta vulnerabilidade. A etiopatogenia da CMP ainda não é completamente compreendida, mas fatores como estresse oxidativo, resposta inflamatória e desregulação hormonal foram implicados. A sua apresentação clínica pode variar de sintomas leves a insuficiência cardíaca grave, arritmias e eventos tromboembólicos, tornando o manejo destas pacientes um desafio complexo que exige atenção multidisciplinar. Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática da literatura foi investigar o espectro das complicações cardiovasculares e as estratégias de manejo, incluindo intervenções cirúrgicas ou mecânicas, empregadas em gestantes e puérperas diagnosticadas com cardiomiopatia periparto. Metodologia: Foi conduzida uma revisão sistemática da literatura aderente aos princípios do checklist PRISMA. A busca eletrônica foi realizada nas bases de dados PubMed, SciELO e Web of Science, utilizando os descritores: "Peripartum Cardiomyopathy", "Pregnancy", "Cardiovascular Complications", "Management" e "Outcomes". Foram considerados artigos publicados nos últimos 10 anos que se enquadravam no tema. Os critérios de inclusão consistiram em estudos envolvendo mulheres diagnosticadas com CMP no período periparto, que detalharam complicações cardiovasculares ou abordagens de manejo, incluindo terapias avançadas. Foram excluídos estudos focados em outras cardiomiopatias, relatos de casos isolados e publicações que não abordavam especificamente o manejo ou complicações no contexto periparto. Resultados: Os estudos revisados destacaram que a CMP frequentemente cursou com complicações graves, como insuficiência cardíaca refratária, arritmias complexas e eventos tromboembólicos, exigindo intervenções rápidas. O manejo inicial foi predominantemente clínico, adaptado à segurança fetal quando a condição se manifestou antes do parto. Em casos de deterioração hemodinâmica severa, a necessidade de suporte circulatório mecânico (considerado manejo cirúrgico avançado) ou transplante cardíaco foi ocasionalmente relatada, embora estas abordagens apresentassem desafios logísticos e éticos únicos no contexto da gestação ou puerpério imediato. Os desfechos maternos variaram, com recuperação completa ou parcial da função ventricular em muitos casos, mas com uma proporção significativa evoluindo para disfunção crônica ou necessidade de terapias de alto custo. Conclusão: A cardiomiopatia periparto representou uma condição séria na gravidez e pós-parto, associada a um alto risco de complicações cardiovasculares severas. O manejo demandou uma abordagem individualizada e multidisciplinar, onde a terapia médica foi a base, mas o suporte mecânico ou transplante puderam ser cruciais em situações extremas, sublinhando a complexidade e a importância do acompanhamento especializado para otimizar os desfechos maternos.
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