QUEDAS DOS IDOSOS NO DOMICÍLIO

Autores

  • Ana Rita Pelado Carochinho Centro de Diagnóstico Pneumológico - Beja – Portugal
  • Ermelinda Caldeira Universidade de Évora - Portugal
  • Sónia Jacob Unidade de Cuidados na Comunidade - Beja – Portugal

DOI:

https://doi.org/10.51891/rease.v8i3.4537

Palavras-chave:

Quedas. Idosos. Prevenção. Domicílio

Resumo

As quedas ocorrem em todas as faixas etárias, principalmente enquanto se é criança e posteriormente numa idade mais avançada, mas é nesta última que a prevalência do risco de queda e os danos daí resultantes são mais preocupantes, porque os idosos que caem requerem internamento hospitalar, na sua grande maioria, o que acarreta um aumento dos custos a nível do serviço de saúde. As quedas são a segunda principal causa de morte não intencional em todo o mundo(8). Alguns fatores de risco podem ser alterados e alvo de prevenção, havendo outros que não podem ser eliminados. Objetivo: identificar os fatores de risco de queda no domicílio. Metodologia: trata-se de um estudo descritivo, com uma amostra de 10 pessoas idosas. A recolha de dados foi realizada através de um questionário adaptado a partir de avaliação Jefferson Area Board for Aging (1998) da segurança em casa (Stanhope & Lancaster, 2011), instrumento para avaliar o risco de quedas (Potter & Perry, 2006) e adaptações no domicílio para prevenir quedas (Duarte & Barbosa, 2011 in Ribeiro & Paúl, 2011). A análise dos dados foi efetuada com recurso ao software Statistical Package for the Social Sciences versão 27.0. Resultados: a média de idades dos participantes é de 75,5 anos, o mais novo tem 65 anos e o mais velho tem 92 anos de idade. Quanto ao sexo, 50% são do sexo feminino e 50% do masculino. Quanto aos tipos de medicamentos que são ingeridos, observa-se que 50% das pessoas tomam diuréticos ou com efeitos diuréticos, 70% estão medicados com anti hipertensores ou depressores do sistema nervoso central e 20% tomam medicamentos que aumentam a motilidade gastro-intestinal. Os problemas de saúde atuais presentes na amostra são a obesidade (30%), a diabetes (90%), a hipertensão arterial (80%), as doenças reumáticas (40%), a osteoporose (20%), os problemas de visão (90%), as dificuldades na audição (30%) e 10% apresentam ainda outros problemas que não os referidos anteriormente. Embora 90% dos idosos apresentem problemas de visão, só 66,67% utilizam meios para corrigir esse problema e os que afirmam ter problemas de audição (30%), nenhum deles utiliza meios de correção para essa necessidade. Verificámos que 90% dos idosos manifesta dificuldade em caminhar e todos usam auxiliares de marcha, que são a bengala (33,33%), a cadeira de rodas (33,33%), as muletas (22,22%) e 11,11% recorrem ao tripé. Quando questionados sobre a incapacidade de se levantarem de uma cadeira, sem utilizar o apoio, de pelo menos, um dos braços, 80% das pessoas afirmam que têm essa incapacidade. Sobre os problemas de equilíbrio, 90% têm esse problema, o mesmo valor para quem já caiu. Dos 90% que já sofreram quedas, foi-lhes perguntado quantas vezes caíram no último ano e 3 idosos caíram uma vez, 3 caíram duas vezes e outros 3 caíram cinco ou mais vezes. Em relação ao tempo decorrido desde a última queda, 55,56% dos idosos afirmam que caíram entre 1 mês e 6 meses atrás e 33,33% deram a última queda há mais de 6 meses e menos de um ano, apenas 11,11% caíram há mais de um ano. Quanto ao local onde a pessoa caiu, 44,44% dos participantes sofreram a queda no quarto, 11,11% caíram na casa de banho, na cozinha ou no quintal e 22,22% em outros locais que não os identificados no questionário. Em relação ao motivo aparente da queda, 33,33% dizem ter-se desequilibrado, 22,22% afirmam que a queda resultou de tonturas e a mesma percentagem por terem tropeçado e há 22,22% de idosos que apontam outra causa para a queda. Apesar de 90% dos idosos já terem caído, apenas um (11,11%) necessitou de internamento, por fratura do colo do fémur. Em nenhuma habitação existem barras de segurança no chuveiro ou de apoio junto à sanita, assim como, luz de emergência, o mesmo se verifica relativamente ao mobiliário do quarto e da sala que não está fixo ao chão. O piso antiderrapante só se encontra na cozinha de uma casa. Relativamente aos tapetes existem 37,5% de habitações que têm tapete junto ao primeiro e último degrau das escadas, 25% têm no quarto e 12,5% na cozinha. São 87,5% os idosos que apresentam dificuldade em subir e/ou descer as escadas/degraus e metade das casas não possuem corrimão junto das mesmas. Conclusão: após a análise dos dados pode-se concluir que são diversos os fatores de risco de queda presentes, tanto a nível pessoal (fatores intrínsecos) como a nível do ambiente físico da habitação (fatores extrínsecos).

Biografia do Autor

Ana Rita Pelado Carochinho, Centro de Diagnóstico Pneumológico - Beja – Portugal

Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo - Centro de Diagnóstico Pneumológico - Beja – Portugal. E- mail: aritacarochinho@hotmail.com.

Ermelinda Caldeira, Universidade de Évora - Portugal

Universidade de Évora - Escola Superior de Enfermagem São João de Deus - Évora – Portugal E-mail:
ecaldeira@uevora.pt.

Sónia Jacob, Unidade de Cuidados na Comunidade - Beja – Portugal

Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo -Unidade de Cuidados na Comunidade - Beja – Portugal. E- mail: sonia.jacob@ulsba.min-saude.pt.

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Publicado

2022-03-31

Como Citar

Carochinho, A. R. P., Caldeira, E. ., & Jacob, S. . (2022). QUEDAS DOS IDOSOS NO DOMICÍLIO. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 8(3), 58– 71. https://doi.org/10.51891/rease.v8i3.4537