INFECÇÃO, RASTREABILIDADE E PROVA BIOLÓGICA: INTERFACES ENTRE BIOSSEGURANÇA ESTÉTICA E ANÁLISE FORENSE
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i11.22719Palavras-chave:
Biossegurança. Procedimentos estéticos. Análise forense.Resumo
O presente estudo analisou evidências científicas publicadas entre 2021 e 2025 sobre riscos infecciosos em procedimentos estéticos e avanços metodológicos aplicados à investigação forense de vestígios biológicos, com o objetivo de identificar convergências entre os dois campos no que se refere ao controle microbiológico, à rastreabilidade de materiais e à dependência de protocolos técnicos validados. A síntese dos resultados revelou que, no setor estético, a contaminação não é um evento pontual, mas um fenômeno sistêmico associado à ausência de fiscalização contínua, ao uso de insumos previamente contaminados e à execução fragmentada de normas de biossegurança. Os achados demonstram que o risco não está restrito ao momento da aplicação dos procedimentos, mas envolve toda a cadeia produtiva, desde a fabricação de cosméticos até o descarte pós-atendimento.No campo forense, os estudos apontam para uma ruptura com o modelo tradicional de análise baseado exclusivamente na presença visível de fluido biológico. Novas abordagens, como microRNA, autofluorescência celular e Y-STR, permitem identificar vestígios degradados ou não detectáveis por métodos convencionais, o que amplia a capacidade probatória em casos de violência sexual sem sêmen identificado ou com amostras escassas. A comparação entre os dois campos evidencia que ambos enfrentam falhas estruturais semelhantes: a produção de risco ou de erro não decorre da ausência de tecnologia, mas da sua incorporação lenta às rotinas profissionais e normativas. Conclui-se que a efetividade das práticas de biossegurança e da investigação científica depende da articulação entre evidência técnica, regulamentação atualizada e formação profissional contínua, sob risco de manter sistemas que transferem falhas institucionais para indivíduos expostos ao dano.
Downloads
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Categorias
Licença
Atribuição CC BY