ANÁLISE DA RELAÇÃO ENTRE ESTRESSE E HIPERTENSÃO EM ADULTOS

Resumo

 Este estudo realizou uma revisão integrativa da literatura com o objetivo de investigar a relação entre o estresse e o desenvolvimento ou agravamento da hipertensão arterial em adultos. A hipertensão, condição crônica de elevada prevalência e forte impacto na saúde pública, tem sido amplamente estudada sob a perspectiva dos fatores fisiológicos, porém aspectos psicossociais, especialmente o estresse, vêm ganhando destaque como elementos fundamentais na compreensão dessa condição. A busca sistemática foi conduzida nas bases PubMed, BVS e Lilacs, seguindo o protocolo PRISMA e utilizando a estratégia PICO para delineamento da questão norteadora. Após um processo rigoroso de seleção, nove estudos foram incluídos na análise final. Os resultados apontam que o estresse crônico exerce influência significativa sobre os mecanismos fisiopatológicos da hipertensão, ativando o sistema nervoso simpático e o eixo hipotálamo–hipófise–adrenal, o que leva ao aumento de cortisol, vasoconstrição e elevação persistente da pressão arterial. Estudos também evidenciaram que o estresse influencia comportamentos de risco, como sedentarismo, má alimentação e sono irregular, ampliando o risco de hipertensão. Fatores ocupacionais e psicossociais, como sobrecarga de trabalho, baixa renda, condições emocionais desfavoráveis e ambientes de alta pressão, também foram associados ao aumento dos níveis pressóricos. Apesar da consistência dos achados, limitações metodológicas foram observadas, incluindo amostras reduzidas, heterogeneidade dos métodos de mensuração do estresse e escassez de estudos longitudinais. Conclui-se que o estresse é um fator relevante no desenvolvimento e agravamento da hipertensão em adultos, reforçando a necessidade de abordagens integradas que incluam estratégias de manejo do estresse no cuidado clínico, além de pesquisas futuras que explorem intervenções psicossociais e avaliem seus impactos no controle da hipertensão arterial.