PERSPECTIVAS DO DIÁLOGO: PEDAGOGIA DO CUIDADO E PENSAMENTO LÍQUIDO
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i11.22274Palavras-chave:
Diálogo. Cuidado. Pensamento líquido e Educação humanizadora.Resumo
Este artigo propõe uma reflexão crítica e fenomenológica sobre o papel do diálogo como eixo estruturante de uma educação humanizadora no século XXI. Articulam-se duas vertentes complementares do pensamento pedagógico contemporâneo: a pedagogia do cuidado, desenvolvida por Nel Noddings, Leonardo Boff e Martin Buber, e a análise sociológica da modernidade líquida de Zygmunt Bauman. Em uma sociedade marcada pela fluidez das relações e pela lógica da descartabilidade, Bauman evidencia os efeitos desumanizadores do individualismo e do consumo, ao passo que a pedagogia do cuidado propõe uma resposta ética e relacional, fundada na escuta, empatia e valorização do outro. Inspirado em Buber, e aprofundado por Freire e Noddings, o diálogo é compreendido aqui como postura existencial e ética, capaz de mediar a tensão entre solidez e fluidez e de reconstruir vínculos humanos e pedagógicos autênticos. A pesquisa, de abordagem qualitativa e bibliográfica, fundamenta-se no estruturalismo fenomenológico de Rombach e na hermenêutica heideggeriana como via interpretativa, buscando compreender os sentidos ontológicos do cuidado e do diálogo na educação, a partir da interlocução entre Bauman, Noddings, Boff, Buber e Síveres. Conclui-se que o cuidado e o diálogo constituem categorias essenciais para repensar o papel da educação diante das incertezas da modernidade líquida. Ao promover relações de presença, empatia e responsabilidade recíproca, a prática educativa se afirma como espaço de humanização e resistência ética, capaz de restituir à educação seu sentido originário: formar sujeitos conscientes, solidários e abertos ao encontro com o outro.
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