METATÉCNICA DO CUIDADO: UMA CRÍTICA DA TÉCNICA PARA UMA ÉTICA DO HABITAR

Autores

DOI:

https://doi.org/10.51891/rease.v11i11.21999

Palavras-chave:

Cuidado Humanizado. Crítica da Tecnologia. Ética do Habitar. Imaginação Poética. Filosofia da Técnica.

Resumo

Este ensaio examina a crise contemporânea do cuidado à luz da aceleração técnica e da expansão da IA na saúde. Partindo da hipótese de que a crise é, antes, crise de compreensão da técnica, propõe-se uma metatécnica do cuidado: uma arte de pensar e orientar tecnologias segundo uma ética do habitar. Metodologicamente, articula-se uma hermenêutica tripla: (i) o fundamento ontológico-poético do cuidado, reconstruído a partir de Heidegger e da leitura de Weyh, em diálogo com a imaginação de Bachelard via Rocha; (ii) a aplicação concreta de tecnologias nos sistemas de saúde, mapeada por estudos recentes (prontuários, predição algorítmica, robótica, infodemia, letramento digital), com ênfase em riscos de viés, segurança e sobrecarga; (iii) a crítica política da técnica, inspirada em Vieira Pinto por Braga, que inclui soberania tecnológica, trabalho novo e formação de consciência crítica. O argumento culmina em três perguntas-guia para julgar cada inovação: ela cria lugares e devolve autonomia? rompe dependências e amplia soberania? promove uma preocupação libertadora em vez de gerir pessoas como variáveis? Conclui-se que cuidar, na era digital, requer precisão e presença: usar a técnica sem abdicar da liberdade, da imaginação e da responsabilidade, construindo espaços onde a vida possa habitar com dignidade, mais solidária, sempre.

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Biografia do Autor

Giovani Miguez da Silva, Instituto Nacional de Câncer

Doutor em Ciência da Informação (IBICTUFRJ). Analista de Ciência e Tecnologia. Instituto Nacional de Câncer— Orcid: https://orcid.org/0000-0002-8492-1186. 

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Publicado

2025-11-06

Como Citar

Silva, G. M. da. (2025). METATÉCNICA DO CUIDADO: UMA CRÍTICA DA TÉCNICA PARA UMA ÉTICA DO HABITAR. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 11(11), 1441–1456. https://doi.org/10.51891/rease.v11i11.21999