EDUCAÇÃO EM TRANSFORMAÇÃO: REFLEXÕES SOBRE TECNOLOGIA, ENSINO REMOTO E HUMANIZAÇÃO NO PÓS-PANDEMIA
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i7.20244Palavras-chave:
Educação. Tecnologia. Aprendizagem remota. Educação híbrida. Transformação digital. Bem-estar emocional. Inclusão. Inteligência artificial. Exposição à tela. Desafios educacionais.Resumo
Pensar a pandemia transcende a mera adaptação tecnológica ao ensino remoto e adentra dimensões mais profundas da experiência educacional. O distanciamento imposto pelo contexto pandêmico impactou significativamente não apenas a aquisição de conhecimento, mas também o bem-estar emocional dos estudantes. A interação presencial, fundamental para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo, foi abruptamente substituída por ambientes digitais que, embora tenham proporcionado acesso ampliado a conteúdos educacionais, revelaram desafios estruturais e pedagógicos. A transição para o ensino remoto escancarou desigualdades preexistentes, sobretudo no que tange ao acesso à tecnologia e à internet. Muitos alunos de contextos vulneráveis enfrentaram dificuldades para acompanhar as atividades escolares, enquanto professores foram compelidos a adquirir novas competências digitais em curto espaço de tempo. A aprendizagem não se limita ao conteúdo curricular; ela envolve aspectos sociais e emocionais que se manifestam na convivência escolar, na interação com colegas e professores e na construção de uma comunidade de apoio. O modelo híbrido emerge como uma possibilidade viável para o futuro da educação, equilibrando a flexibilidade proporcionada pelo ensino remoto com a insubstituível vivência presencial. No entanto, a implementação desse modelo requer planejamento pedagógico adequado, formação docente continuada e infraestrutura apropriada. Ademais, é imperativo considerar o impacto do uso [1]excessivo de tecnologias na infância e adolescência, pois estudos indicam correlação entre a exposição prolongada às telas e o aumento de transtornos como ansiedade e depressão. A pandemia evidenciou a necessidade de uma educação humanizada, que reconheça o estudante em sua totalidade, contemplando suas dimensões biopsicossociais. A valorização do trabalho docente, a inclusão escolar e o fortalecimento das relações interpessoais no ambiente educativo tornam-se questões prioritárias. Em consonância com as reflexões de Castells e Lévy, vivemos em uma era de sobrecarga informacional, exigindo das instituições de ensino um papel ativo na formação de sujeitos críticos e autônomos. O aprendizado não pode se restringir à absorção passiva de informações, mas deve ser orientado pela reflexão, pelo discernimento e pela interação significativa entre educadores e educandos. A experiência pandêmica trouxe desafios inéditos, mas também revelou potencialidades transformadoras para a educação. O futuro do ensino requer a síntese equilibrada entre inovação tecnológica e humanização do ambiente escolar, visando a formação de indivíduos preparados não apenas para o mercado de trabalho, mas para uma vida cidadã, participativa e reflexiva.
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