ZOLPIDEM E PREJUÍZO COGNITIVO: IMPLICAÇÕES FARMACODINÂMICAS NOS RECEPTORES GABA-A
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i6.19968Palavras-chave:
Zolpidem. Cognição. Receptores GABA-A. Receptores GABA.Resumo
O hemitartarato de zolpidem, hipnótico da classe das imidazopiridinas, foi desenvolvido como alternativa aos benzodiazepínicos, visando minimizar efeitos como dependência e prejuízo cognitivo. Atua seletivamente na subunidade α1 dos receptores GABA-A (ácido gama-aminobutírico), promovendo ação sedativa com menor incidência de efeitos ansiolíticos e miorrelaxantes. Apesar de sua eficácia no tratamento da insônia de curto prazo, o uso prolongado tem sido associado a tolerância, dependência e comprometimento cognitivo. Objetivo: Realizar uma revisão sistemática para investigar as implicações farmacodinâmicas do zolpidem nos receptores GABA-A que possam estar associadas ao prejuízo cognitivo em seus usuários, contribuindo para o esclarecimento dos riscos neuropsiquiátricos envolvidos no uso deste medicamento. Metodologia: Esta revisão sistemática seguiu as diretrizes PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses), os critérios de inclusão foram estudos publicados entre 2015 e 2025 nas bases PubMed, SciELO, LILACS, MEDLINE e Google Acadêmico. Foram incluídos artigos publicados nos últimos dez anos, nos idiomas inglês, espanhol ou português, que abordassem especificamente a ação farmacodinâmica do zolpidem nos receptores GABA-A, com dados clínicos relevantes e impacto na função cognitiva, de pesquisas originais. Excluíram-se revisões, trabalhos acadêmicos (TCCs, dissertações, teses), e-books, artigos com acesso restrito e duplicações de revisão. Resultados: Após a triagem cinco estudos foram incluídos por abordarem diretamente a relação entre zolpidem, receptores GABA-A e cognição. Os estudos analisados ao longo do tempo convergem para a compreensão de que os efeitos farmacodinâmicos do zolpidem nos receptores GABA-A — particularmente por sua afinidade pelas subunidades α1 — estão fortemente associados a prejuízos cognitivos e comportamentais. Esses efeitos são corroborados por evidências experimentais, observacionais e clínicas, indicando que o uso prolongado ou inadequado do zolpidem representa um risco neuropsiquiátrico considerável. Conclusão: Diante do aumento do consumo de zolpidem, sobretudo em contextos de uso prolongado, e dos relatos de eventos adversos relacionados à cognição, torna-se imprescindível aprofundar o entendimento dos mecanismos envolvidos nesses efeitos. Embora a eficácia do zolpidem como hipnótico de curta duração esteja amplamente estabelecida, os impactos neurocognitivos decorrentes de sua ação farmacodinâmica sobre os receptores GABA-A ainda carecem de investigação aprofundada.
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