CRÉDITO AO CONSUMIDOR E SUPERENDIVIDAMENTO: ANÁLISE DA LEI Nº 14.181/2021

Autores

  • Lucas Ramires Turcatto Centro Universitário São Lucas
  • Janderson de Souza Galeazzi Centro Universitário São Lucas
  • André Luiz de Oliveira Verdi-Brum Centro Universitário São Lucas

DOI:

https://doi.org/10.51891/rease.v11i6.19756

Palavras-chave:

Superendividamento. Lei nº 14.181/2021. Mínimo existencial. Proteção ao consumidor.Conciliação.

Resumo

A transformação no perfil de consumo dos brasileiros resultou em um expressivo comprometimento da renda dos consumidores, afetando sua subsistência física, emocional e social. A ampliação do acesso ao crédito, sem a devida regulação estatal, aumentou a vulnerabilidade dos consumidores, tornando o superendividamento um problema econômico, social e jurídico. Diante da ausência de regulamentação específica, o tema passou a ser debatido no Congresso Nacional desde 2012, culminando na promulgação da Lei nº 14.181/2021, conhecida como Lei do Superendividamento. Essa norma atualizou o Código de Defesa do Consumidor e o Estatuto do Idoso, estabelecendo mecanismos de prevenção e renegociação de dívidas. A doutrina reconhece o superendividamento como um problema jurídico-social que afeta a dignidade da pessoa humana e reforça a necessidade de transparência e cooperação por parte dos fornecedores na relação contratual. Além disso, iniciativas estatais, como a Cartilha sobre o tratamento do superendividamento, a atuação do CEJUSC no Programa de Atendimento ao Superendividado e o Programa Desenrola Brasil, demonstram esforços para mitigar os impactos do endividamento excessivo. Assim, apesar dos avanços proporcionados pela legislação, ainda há desafios na efetiva proteção dos consumidores. O objetivo deste estudo é analisar a transformação do perfil de consumo no Brasil e as respostas legais e institucionais ao superendividamento, com foco na promulgação da Lei nº 14.181/2021 e nas ações do Estado para mitigar seus impactos. A pesquisa incluiu a revisão da legislação e a análise de iniciativas como a Cartilha sobre o tratamento do superendividamento e os programas CEJUSC e Desenrola Brasil. Os resultados mostram que, embora a legislação tenha avançado na proteção dos consumidores, ainda existem desafios significativos, como garantir a dignidade dos superendividados e criar um mercado de crédito mais sustentável. As ações estatais têm contribuído para a renegociação de dívidas, mas a efetiva proteção dos consumidores ainda exige mais esforços, especialmente no que se refere à garantia do mínimo existencial e à transparência nas relações contratuais. A garantia do mínimo existencial e a construção de um mercado de crédito sustentável são essenciais para possibilitar o recomeço financeiro das pessoas superendividadas.

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Biografia do Autor

Lucas Ramires Turcatto, Centro Universitário São Lucas

Discente do curso de direito no Centro Universitário São Lucas.

Janderson de Souza Galeazzi, Centro Universitário São Lucas

Discente do curso de direito no Centro Universitário São Lucas.

André Luiz de Oliveira Verdi-Brum, Centro Universitário São Lucas

Professor do Centro Universitário São Lucas e do Instituto Federal de Rondônia.  Doutor em Direito. Mestre em Psicologia. Especialista em Direito Civil e Processo Civil e em Direito do Trabalho. Orientador. 

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Publicado

2025-06-06

Como Citar

Turcatto, L. R., Galeazzi, J. de S., & Verdi-Brum, A. L. de O. (2025). CRÉDITO AO CONSUMIDOR E SUPERENDIVIDAMENTO: ANÁLISE DA LEI Nº 14.181/2021. Revista Ibero-Americana De Humanidades, Ciências E Educação, 11(6), 1346–1360. https://doi.org/10.51891/rease.v11i6.19756