TRATAMENTO CIRÚRGICO DE DOENÇAS INTESTINAIS COM SUPORTE NUTRICIONAL
DOI:
https://doi.org/10.51891/rease.v11i6.19726Palavras-chave:
Cirurgia do Intestino. Terapia Nutricional. Desnutrição. Complicações Pós-operatórias e Prognóstico.Resumo
Introdução: As doenças que acometiam o trato gastrointestinal e que exigiam intervenção cirúrgica representavam um desafio clínico significativo, não apenas pela complexidade técnica dos procedimentos, mas também pelo profundo impacto metabólico e nutricional que impunham aos pacientes. Condições como a doença de Crohn, a retocolite ulcerativa, as neoplasias e as obstruções intestinais frequentemente resultavam em um estado de desnutrição preexistente, caracterizado pela ingestão alimentar deficiente, má absorção de nutrientes e um estado inflamatório crônico. Este cenário de depleção nutricional, somado ao estresse catabólico intenso da própria cirurgia, historicamente se associava a um aumento da morbimortalidade, com maiores taxas de complicações infecciosas, falhas de anastomose e um tempo de recuperação mais prolongado, sublinhando a importância de estratégias para mitigar estes riscos. Objetivo: O objetivo desta revisão sistemática de literatura foi avaliar as evidências científicas disponíveis sobre o impacto e a eficácia do suporte nutricional perioperatório no prognóstico de pacientes submetidos ao tratamento cirúrgico de doenças intestinais. Metodologia: O estudo foi conduzido conforme as diretrizes do checklist PRISMA, com uma busca sistemática nas bases de dados PubMed, Scielo e Web of Science por artigos publicados nos últimos dez anos. Os descritores utilizados foram: "Cirurgia do Intestino", "Terapia Nutricional", "Desnutrição", "Complicações Pós-Operatórias" e "Prognóstico". Foram definidos como critérios de inclusão: (1) estudos que avaliaram o uso de suporte nutricional (enteral ou parenteral) em pacientes cirúrgicos intestinais; (2) artigos que reportaram desfechos clínicos como taxas de complicação ou tempo de internação; e (3) ensaios clínicos ou estudos de coorte. Os critérios de exclusão foram: (1) estudos em populações pediátricas; (2) relatos de caso ou artigos de revisão; e (3) pesquisas que não diferenciaram o suporte nutricional de outras intervenções. Resultados: Os resultados encontrados na literatura demonstraram consistentemente que o suporte nutricional perioperatório teve um papel fundamental na melhora dos desfechos. A otimização nutricional pré-operatória em pacientes desnutridos, por meio de terapia nutricional enteral ou, em casos selecionados, parenteral, esteve associada a uma redução significativa nas complicações infecciosas e não infecciosas. No pós-operatório, a introdução precoce da nutrição enteral, sempre que possível, mostrou-se benéfica para a manutenção da integridade da barreira intestinal, modulação da resposta inflamatória e diminuição do tempo de internação hospitalar, sendo superior à nutrição parenteral na maioria dos cenários. Conclusão: Concluiu-se, com base nas evidências analisadas, que o suporte nutricional não era meramente um tratamento de apoio, mas sim uma parte integrante e essencial da terapia cirúrgica para doenças intestinais. A identificação e o manejo proativo da desnutrição no período perioperatório, com a aplicação de terapia nutricional individualizada, se mostraram estratégias eficazes para reduzir a morbidade, acelerar a recuperação e melhorar o prognóstico geral dos pacientes, consolidando a nutrição como um pilar fundamental do cuidado cirúrgico moderno.
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